Sete toneladas de peixe devem ser comercializadas em feira
Organizada há mais de três décadas, a Feira do Peixe Vivo em Londrina é tradição e garante o pescado para as refeições durante a Semana Santa
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quarta-feira, 16 de abril de 2025
Organizada há mais de três décadas, a Feira do Peixe Vivo em Londrina é tradição e garante o pescado para as refeições durante a Semana Santa
Jéssica Sabbadini - Especial para a FOLHA

Com preços mais em conta e alimento fresco, a Feira do Peixe Vivo já é tradição há muitos anos em Londrina. Para este ano, a expectativa é de vender mais de sete toneladas de peixes, como tilápia, carpa, pintado, catfish e pacu, produzidos por três piscicultores da região e com preços que variam de R$ 20 a R$ 45 o quilo.
A feira acontece na Praça Tomi Nakagawa, no centro. Nesta quarta (16) e quinta-feira), funciona das 8h às 18h. Na sexta-feira (18), feriado de Sexta-Feira Santa, ficará aberta das 8h às 13h. O quilo do peixe varia de R$ 20 a R$ 45.
Gerente de Comercialização da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento de Londrina, Viviane Fernandes, explica que é a 31ª edição da feira, que nasceu junto com a pasta em 1994 dentro de um projeto de eventos com produtos da época. “A gente já teve do morango, da citricultura, de flores, mas a que ficou mesmo e que não vai acabar tão cedo é a do peixe vivo”, aponta.
Todos os peixes comercializados estão vivos e, no momento da compra, são abatidos. Para quem não quer ter o trabalho de fazer a limpeza do animal, a novidade deste ano é a venda de filés de tilápia já embalados por R$ 55 o quilo.
Durante a Semana Santa, muitos católicos não comem carne vermelha por conta de tradições religiosas e, por isso, essa época do ano é a melhor para quem vive da piscicultura. Fernandes aponta que o município cede o espaço e fornece toda a estrutura para que os produtores possam vender.

EXPECTATIVA BOA
Empresário do ramo de pescado há 28 anos, esta já é a 25ª edição em que Alessandro Alves Moreira, 49, participa da Feira do Peixe Vivo. Trata-se de uma boa oportunidade, na visão dele, porque ajuda a escoar a produção e por levar um alimento fresco e de qualidade para a população. “Aqui não tem como falar que o peixe está ruim porque ele está vivo, fresco, e é só escolher e levar para casa”, explica. O valor também fica mais abaixo do preço de mercado.
No ano passado ele conseguiu vender três toneladas e a expectativa para esse ano é repetir a dose ou, no melhor dos cenários, superar. Dentre as espécies disponíveis, a tilápia é uma das que mais saem, com pesos que variam de um a até quatro quilos. Entretanto, o produtor garante que há peixes para todos os gostos.
Ele aponta que a maioria das pessoas gosta de fazer o peixe aberto e assado, principalmente na brasa, finalizado com vinagrete ou apenas com sal grosso, de acordo com o gosto do cliente. Mas o que não pode faltar é a marinada de limão por pelo menos algumas horas antes de assar. Para esse preparo, ele recomenda a tilápia, o pacu e a carpa, sendo que cada um tem um sabor diferente: “vai do gosto de cada um”.

Ricardo Goulart, 55, está no ramo há mais de três décadas, e garante que é necessário amor e dedicação para seguir na piscicultura. Na região, segundo ele, o setor ainda é fraco. Ele, que é do Distrito de Paiquerê (zona sul de Londrina), garante que a produção anual passa das 8 toneladas, sendo que a expectativa é de repetir a venda do ano passado na feira, quando comercializou 2 toneladas nos três dias de feira. “As pessoas adoram peixe porque ele é saudável, ainda mais a tilápia, que você tira o filé e não tem espinhos e até as crianças podem comer”, opina, complementando que, frito ou assado, de todo o jeito é bom.
OPÇÕES DE PREPARO
Para quem foi até a feira garantir o peixe para a Semana Santa, opções de preparo não faltam. O aposentado Gonçalo Costa, 68, que é do Mato Grosso, garante que o melhor jeito de preparar o pacu de dois quilos que comprou é assado enrolado na folha de bananeira, o que garante a suculência da carne. De tempero, limão e salsa são suficientes para o mato grossense.
Para Vilma Duarte, 60, comer peixe durante a Quaresma é uma tradição da família e que já atravessa gerações, substituindo a carne vermelha. A opção dela foi uma tilápia: “frita, assada, em molho, em torta, de todo o jeito fica bom”, afirma. Em relação aos preços, ela garante que estão muito bons se comparados aos do supermercados, principalmente por ser um peixe fresco.
SEMA
Nesta edição, a pasta fez uma parceria com a Secretaria Municipal do Ambiente para fazer a distribuição de mudas de árvores. Entre as frutíferas, estão disponíveis o ingá, o araçá, a pitanga, a gabiroba e a acerola. De grande porte, o oiti, o ipê-rosa e a samambaia; de pequeno e médio porte, há mudas de ipê-amarelo e branco, de quaresmeira e de resedá. Cada pessoa pode levar até três mudas, sendo uma frutífera que, obrigatoriamente, deve ser plantada nos quintais das casas. O plantio de árvores frutíferas nas calçadas é proibido. Para retirar uma muda, é só comparecer com um documento com foto e fazer o cadastro.
UEL
Também na feira, professores do Departamento de Nutrição da UEL (Universidade Estadual de Londrina) vão tirar dúvidas e orientar os visitantes sobre a importância de uma alimentação saudável. No local, também há barracas de comida e bebida.

