A quarentena imposta pelo coronavírus à população fez crescer a quantidade de pedidos de entrega de produtos em domicílio. Farmácias e supermercados estão entre os serviços mais procurados e para atender a demanda, as empresas criaram ferramentas para agilizar o processo. Antes requisitado preferencialmente por idosos e deficientes físicos, agora o esquema de delivery é a primeira opção de muita gente. Em uma rede de farmácias de Londrina, passa de cem o número de encomendas diárias e o e-commerce cresceu 200% nos últimos dez dias.

Esquema de delivery virou a primeira opção de muita gente em tempos de coronavírus
Esquema de delivery virou a primeira opção de muita gente em tempos de coronavírus | Foto: Celso Felizardo

O aplicativo de mensagens WhatsApp foi a ferramenta adotada pela rede de supermercados Viscardi para recebimento de pedidos dos clientes em substituição ao telefone, utilizado até recentemente para o serviço de entregas. Por meio do aplicativo, os consumidores enviam os dados pessoais para cadastro e a lista de compras, funcionários do supermercado separam os produtos e a entrega é feita na casa do cliente por entregadores próprios. “Antes, utilizávamos o telefone, mas com o aumento da procura, criamos essa conta no WhatsApp. Por questão de segurança com a saúde dos clientes e dos nossos funcionários, os entregadores não entram na casa da pessoa. A entrega é feita no portão ou na portaria do prédio, o pagamento é somente em cartão, para evitar contato com dinheiro, e as compras são embaladas em um saco plástico, higienizado com álcool gel”, disse o gerente de uma das lojas do grupo, Saulo Roberto Gaspar.

A ferramenta começou a ser usada nesta terça-feira (24) e a adesão dos clientes foi bem rápida, segundo Gaspar. “Aumentou significativamente o número de pedidos de entrega da semana passada para essa semana. Um cliente vai passando para o outro e novos pedidos chegam a toda hora. Por enquanto, ainda não sentimos a necessidade de aumentar a quantidade de entregadores, mas o volume de pedidos está bem alto. Antes, idosos e deficientes físicos eram os que mais pediam para entregar. Agora é um público mais variado. Ninguém quer sair de casa”, comentou o gerente. Em compensação, disse ele, o fluxo de pessoas nas lojas diminuiu nos últimos dias. “O serviço de entrega está compensando a queda de clientes nos supermercados.”

Na rede de farmácias Vale Verde, o serviço de entrega por meio de um aplicativo semelhante ao iFood vinha sendo testado em algumas lojas em esquema piloto desde o início deste mês, mas com o risco de disseminação do coronavírus, na última quinta-feira (19), todas as lojas passaram a contar com a ferramenta. O serviço passou a ser divulgado nas redes sociais no dia seguinte e, em três dias, a rede contabilizou 300 pedidos. Somente na segunda-feira (23), foram 140 encomendas. Além das 25 lojas em Londrina, o aplicativo funciona também para entregas nas filiais de Cambé, Arapongas e Apucarana. “Quando criamos o aplicativo, a expectativa era que a entrega estivesse na casa do cliente em até 40 minutos. Mas agora está demorando mais. Estamos com falta de entregadores no mercado porque muitos restaurantes e outros estabelecimentos passaram a oferecer o serviço de entrega para tentar diminuir o prejuízo”, disse o gerente comercial da rede, Cilmar Nogueira. O horário de pico dos pedidos é das 16 às 20 horas.

Os campeões de venda entre os produtos farmacêuticos são medicamentos para combater gripes e resfriados e medicamentos de uso contínuo. “Por causa da crise, o pessoal está fazendo um estoque. Aumentou muito o consumo.”

A rede de farmácias também observou um crescimento de 200% no volume de vendas on-line e o movimento na loja que atende pelo sistema de drive thru, no qual o cliente não tem contato com o vendedor, também subiu 200% nos últimos dias.