Sercomtel quer ganhar mercado no Sul
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domingo, 09 de janeiro de 2000
Guto Rocha
De Londrina
Ampliar a participação no mercado de telefonia no Sul do País. Este é um dos objetivos da Sercomtel, empresa de telecomunicação de Londrina, que vai participar do processo de licitação para a compra da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT). Segundo o presidente da Sercomtel, Rubens Pavan, a empresa é uma das três autorizadas pelo Plano Geral de Outorgas do setor a disputar a empresa gaúcha. Além da Sercomtel, estão no páreo o consórcio que controla a Telecentro Sul (TCS) e a CTBC, de Uberlândia (MG). Isto porque só estas três empresas já atuam dentro da região centro-sul, explica Pavan.
O presidente da empresa diz que, em função disso, a Sercomtel tem sido procurada por empresas nacionais e estrangeiras interessadas em fazer parcerias para a aquisição da CRT. Mas ele faz segredo dos nomes das companhias. Por uma questão contratual não podemos revelar quem são, só posso adiantar que se tratam de consórcios formados por empresas do Brasil e do exterior, disse.
Segundo Pavan, a Sercomtel e as empresas interessadas na operadora do Rio Grande do Sul ainda não definiram um valor para ser ofertado. Na próxima semana, a direção da Sercomtel vai visitar o data room da CRT e levantar os números da empresa. A partir daí será possível, de acordo com Pavan, fazer uma avaliação do montante necessário para adquirir a empresa. Todo este levantamento será repassado para as empresas interessadas em se associar com a Sercomtel, observa.
O presidente da Sercomtel afirma que empresa sempre manteve contato com a CRT. Isso por causa das características que as aproximam: junto com a CTRP, de Ribeirão Preto (SP), são empresas que não pertenciam ao sistema Telebrás. Nossos técnicos sempre estiveram em contato com a CRT, por isso a parte técnico-operacional já nos é bastante familiar. Agora vamos conhecer seus números, diz, acrescentando que a telefônica gaúcha foi privatizada há dois anos, após aquisição por um consórcio liderado pelas espanhola Telefónica e Portugal Telecomunicações. Como estas duas empresas estão atuando em São Paulo, estão sendo obrigadas a se desfazer da empresa do Rio Grande do Sul, comenta.
O processo de abertura de capital da empresa londrinense não tem qualquer vinculação com a intenção de compra da CRT, diz Pavan. Isso está em andamento muito antes de surgir a possibilidade de aquisição da telefônica, afirma. Somos a única empresa de telecomunicação do País, hoje, que não tem papéis negociados em bolsa, afirma. Mas isso deve mudar quando for concluído o pedido de abertura que será apresentado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) até o final deste mês. Só não sabemos quanto tempo a CVM levará para aprovar o registro. O processo de registro é formal e exige muita transparência da empresa, observa. Uma vez aceito o pedido de abertura, este formalismo passa a ser intensificado.
Pavan afirma que não dispõe, ainda, de um levantamento que demonstre o quanto a abertura de capital da Sercomtel renderá à empresa. Mas a oferta de ações preferenciais, que têm bastante liquidez no mercado, é o que injetará recursos na empresa, acredita. O presidente da Sercomtel afirmou que estes recursos serão aplicados na expansão e manutenção da empresa em nível local.
Apesar de alguns ajustes contábeis realizados em 99, a Sercomtel deve fechar o balanço do ano que se encerrou no azul, conforme Pavan. O presidente da empresa diz que até o início de fevereiro a Sercomtel deve ter concluído o levantamento. Existe uma perspectiva de que o resultado da empresa apresente um crescimento de 20%, chegando aos R$ 140 milhões nas operações de telefonia fixa, afirma.Faturamento em 99 deve se aproximar de R$ 140 milhões. Companhia pretende reforçar os números nos próximos anos com a compra da CRT
Arquivo FolhaPÁREO DUROPavan faz segredo das empresas interessadas em parceria com a Sercomtel, autorizada a disputar CRT
