Rosangela de Oliveira, diretora financeira da empresa, falou da melhora geral nos indicadores: índice de liquidez subiu de 0,49 para 0,52
Rosangela de Oliveira, diretora financeira da empresa, falou da melhora geral nos indicadores: índice de liquidez subiu de 0,49 para 0,52


Graças a uma redução de 8,36% nas despesas, a Sercomtel saiu de um prejuízo de R$ 5,39 milhões no primeiro semestre de 2017 para um resultado positivo de R$ 6,38 milhões no mesmo período deste ano. E a dívida da empresa baixou de R$ 239 milhões para R$ 213 milhões. Os números foram adiantados para a FOLHA pela diretora financeira da operadora, Rosângela de Oliveira.

Segundo ela, houve uma melhora geral nos indicadores financeiros da Sercomtel. O índice de liquidez subiu de 0,49 para 0,52. Isso significa que, para cada real de dívida, a telefônica tinha 49 centavos de ativos e agora tem 52 centavos.
Outro exemplo citado pela diretora é a dívida em relação ao PL (Patrimônio Líquido). Esse índice era de 3,06 vezes e caiu para 2,7 vezes. O PL atual é de R$ 79 milhões.

A Sercomtel, que completou 50 anos no último dia 6, vive sua pior crise. Em setembro do ano passado, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) abriu um processo que pode resultar na caducidade da concessão da empresa. Esse processo encerra-se em outubro.

"Fizemos revisão de contratos, troca de fornecedores", explica Rosângela, quando questionada sobre as ações para reduzir as despesas. Pesou também em favor da empresa o fato de que o primeiro semestre deste ano não teve nenhuma ação trabalhista milionária registrada no balanço. No mesmo período do ano passado, houve processo em que apenas um ex-funcionário levou R$ 1,4 milhão. "As ações chegaram acima do provisionado", diz a diretora.

Hans Müller, presidente da Sercomtel: "Pagamos todos os salários, os encargos, os fornecedores, os terceiros, está tudo em dia"
Hans Müller, presidente da Sercomtel: "Pagamos todos os salários, os encargos, os fornecedores, os terceiros, está tudo em dia" | Foto: Fotos: Gustavo Carneiro



O presidente da empresa, Hans Müller, ressalta que boa parcela dos problemas financeiros da empresa estão relacionados a ações trabalhistas. Ele diz que a Sercomtel tem se esforçado para fazer acordos nesses processos, mas que "a outra parte" não aceita. A provisão de ações cíveis e trabalhistas representam 15,8% do atual passivo da Sercomtel e a do fundo de pensão dos funcionários, 13,7% (ver quadro).

Muller alega que a operadora vem mantendo os pagamentos em dia neste ano. "Pagamos todos os salários, os encargos, os fornecedores, os terceiros, está tudo em dia", garante. Segundo ele, no semestre, apenas em um mês foi preciso parcelar o pagamento de impostos.

A maior parte da dívida da empresa está relacionada aos tributos. OS impostos atrasados representam 34,8% do passivo e as provisões tributárias, mais 13%.

ESTÁVEL
Apesar do bom resultado na contenção de despesas, a Sercomtel pouco avançou nas receitas, que cresceram apenas 0,21% do primeiro semestre do ano passado para o mesmo período de 2018. "Para ampliar receita, só tem um jeito, precisamos investir mais", diz o presidente.

Müller conta que a empresa investe hoje uma média de R$ 20 milhões por ano, mas esse dinheiro é insuficiente. Para oferecer a tecnologia 4G em Londrina, por exemplo, precisaria de mais R$ 14 milhões.

No entanto, essa nem é a prioridade da Sercomtel, segundo o presidente. "A tendência do mercado é investir em fibra ótica, a tecnologia do futuro. Temos de focar em fibra ótica", aponta.