A Sercomtel arrematou o lote C2 do leilão do 5G do governo federal. A empresa com sede em Londrina fica habilitada a operar a frequência 3.5 GHz, a mais cobiçada da nova tecnologia, em municípios com até 30 mil habitantes no estado de São Paulo e no Norte do País. O lote foi arrematado por R$ 82 milhões, com ágio de 719%.

Imagem ilustrativa da imagem Sercomtel arremata lote C2 do leilão do 5G
| Foto: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

Inicialmente, o maior lance para o lote foi da empresa NK108, de R$ 77,7 milhões. Também concorreu a Mega Net, com proposta de R$ 10 milhões. Já a proposta inicial da Sercomtel foi de R$ 72 milhões. Na segunda rodada, a Sercomtel cobriu a proposta da NK108, que não apresentou oferta superior.

Com isso, a Sercomtel abre caminho para ampliar sua área de abrangência, uma vez que já havia solicitado, e obtido, junto à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) autorização para atuação em todo o país.

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No estado de São Paulo, a cobertura do lote C2 não abrange apenas o setor 33 do Plano Geral de Outorgas da Anatel, que compreende 23 municípios da região de Franca, nordeste paulista. São eles: Altinópolis, Aramina, Batatais, Brodosqui, Buritizal,Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Colômbia, Franca, Guaíra, Guará, Ipuã, Ituverava, Jardinópolis, Miguelópolis, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Ribeirão Corrente, Sales de Oliveira, Santa Cruz da Esperança, Santo Antônio da Alegria e São Joaquim da Barra.

REGIÃO SUL

Já o lote C6, que abrange a região Sul, foi vencido pelo Consórcio 5G Sul, em que se encontra a empresa resultante da privatização da Copel Telecom, que faz parte do mesmo grupo que comprou a Sercomtel, sob controle do empresário Nelson Tanure. A outra participante do consórcio e a Unifique Telecomunicações, de Santa Catarina.

A disputa foi a mais concorrida do início do leilão. Enquanto a Mega Net iniciou com lance de R$ 6 milhões, o Consórcio 5G Sul já começou com proposta de R$ 19 milhões. Depois disso, foram 14 propostas substitutivas até o lote ser arrematado R$ 73,6 milhões, ágio de 1454%.

Por meio de nota, o grupo do empresário Nelson Tanure destacou as vitórias da Copel Telecom e da Sercomtel no certame. A área de cobertura das empresas vai abranger 46% da população nacional. “Vamos investir na infraestrutura do 5G, permitindo, inclusive, que localidades rurais e de regiões do Norte do Brasil, tenham acesso aos avanços da tecnologia. Esse é um imperativo do mundo atual”, comentou.

O empresário disse que as empresas vão trabalhar para descentralizar o acesso à tecnologia. Conectividade não é luxo. Não pode ficar restrita aos grandes centros. Esta é uma demanda do mundo atual, e o país tem muito a ganhar com sua ampliação”, disse Nelson Tanure.

O plano de investimentos mínimos será de R$ 1 bilhão, divididos da seguintes forma: SP: R$ 400 milhões; PR: R$ 300 milhões e os estados da Região Norte, juntos, vão receber mais R$ 300 milhões.

NACIONAL

Os três lotes mais importantes do leilão, de frequência 3.5 GHz, porém de abrangência nacional, foram vencidos pela Claro, Vivo e Tim. A Claro levou o lote B1 por R$ 338 milhões, enquanto a Vivo arrematou o B2 por R$ 420 milhões e a Tim, o B3, por R$ 351 milhões.

Na frequência de 700 MHz (megahertz), que permite ampliação das redes de 4G, o primeiro lote marcou a entrada do fundo Patria na telefonia. Ele arrematou a frequência de 700 MHz com cobertura nacional, oferecendo lance de R$ 1,4 bilhão, com ágio de 805,8%. Como vencedor desse lote, o Patria terá que levar o 4g a mais de 1.100 trechos de rodovias federais.

Até julho de 2022, o serviço de telefonia de quinta geração deverá estar disponível em todas as capitais nacionais. O governo insistiu para que esse cronograma fosse mantido mesmo com um pequeno atraso na aprovação do edital. O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN) pressionou a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e o TCU (Tribunal de Contas da União) para que a análise das regras do edital fossem feitas a tempo de o leilão ocorrer neste ano -e já com um atraso de mais de um ano. A ideia inicial era que o leilão fosse realizado no final do ano passado.

Outra exigência do ministro, encampada pelo presidente Bolsonaro, foi o padrão tecnológico a ser imposto para as novas redes. As operadoras pretendiam utilizar as redes atuais (4G e 3G) adicionando equipamentos 5G sobre elas, mas a Anatel, sob orientação do ministério, impôs um padrão mais moderno, o chamado "release 16", que exige a construção de redes totalmente independentes das atuais dedicadas exclusivamente ao 5G.

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