Sem propostas, Sercomtel projeta novo leilão em até 90 dias
Pregão realizado nesta sexta teve participação de cinco empresas, mas interesse não se refletiu em lances
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 31 de janeiro de 2020
Pregão realizado nesta sexta teve participação de cinco empresas, mas interesse não se refletiu em lances
Vitor Ogawa - Grupo Folha
O leilão de abertura de capital da Sercomtel, que contou com a assessoria da B3, uma empresa de infraestrutura de mercado financeiro, não teve interessados. O prazo para a apresentação de propostas era até esta sexta-feira (31). Embora cinco empresas tenham participado do data room, que apresentou as informações da empresa ao mercado, pagando R$ 5 mil cada por essas informações, nenhuma delas apresentou proposta. Segundo o Secretário de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, agora o município pretende realizar uma segunda tentativa de leilão, que deve acontecer de 60 até 90 dias. Mas desta vez avalia a possibilidade de contratar uma empresa especialista no mercado de telecomunicações que possa analisar quais os fatores que levaram as pessoas a se interessarem a participar do data room, mas que não foram sensibilizadas a ponto de fazer uma proposta.
Pelas regras desse último edital, poderiam ser integralizadas ações ordinárias no valor mínimo de R$ 130 milhões, em parcela única. A proponente que apresentasse a melhor proposta deveria, obrigatoriamente, adquirir dez ações ordinárias pertencentes ao município de Londrina ao valor de R$ 1 mil cada, para que seja possível o exercício do direito de preferência. Ficam desobrigados de adquirir ações do Município os proponentes que já são acionistas da empresa.
Cavazotti afirma que a B3 pode analisar até que ponto as regras do leilão podem ser flexibilizadas do ponto de vista legal. Esse estudo pode avaliar se há a possibilidade da interessada não realizar o pagamento integral à vista, mas que fosse possível pagar uma entrada inicial e o restante possa ser dividido em parcelas.
O presidente da Sercomtel, Cláudio Tedeschi, afirma que atualmente a empresa possui 430 mil clientes nos três setores que atua: telefonia fixa, telefonia móvel e internet de banda larga. Atualmente a empresa possui 3.500 km de linhas metálicas e 1 mil km de fibra ótica. Ele ressalta que a maior parte do faturamento tem partido da internet banda larga, que pela linha metálica só pode ser oferecida no máximo até 10 gb quando o mercado já está pedindo largura de banda acima de 100 gb. Ele afirma que o mercado atual não permite que uma empresa pública possa competir com empresas privadas devido à velocidade com que a tecnologia se atualiza. “Talvez, daqui a seis meses, as pessoas utilizem uma tecnologia que ainda nem exista”, ressalta. Ele afirma que o mercado de telefonia foi bastante prejudicado por aplicativos de comunicação como o WhatsApp. “A nossa inadimplência está em torno de 4,4%. Mas antes era possível pressionar o cliente a pagar a conta cortando o serviço de telefonia. Hoje, se fizermos isso, ele vai na esquina e consegue um chip”, destaca.
O prefeito Marcelo Belinati ressaltou que quando assumiu o deficit anual era de R$ 20 milhões ao ano e com os ajustes nos gastos foi possível ter um lucro de R$ 1,8 milhão, mas isso foi feito com base na redução de despesas. Ele afirma que paralelamente a esse próximo leilão, está elaborando um plano de ajuste em parceria com o Nigep/UEL (Núcleo Interdisciplinar de Gestão Pública), mas não quis abrir os detalhes desse trabalho por enquanto.