O leilão de abertura de capital da Sercomtel, que contou com a assessoria da B3, uma empresa de infraestrutura de mercado financeiro, não teve interessados. O prazo para a apresentação de propostas era até esta sexta-feira (31). Embora cinco empresas tenham participado do data room, que apresentou as informações da empresa ao mercado, pagando R$ 5 mil cada por essas informações, nenhuma delas apresentou proposta. Segundo o Secretário de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, agora o município pretende realizar uma segunda tentativa de leilão, que deve acontecer de 60 até 90 dias. Mas desta vez avalia a possibilidade de contratar uma empresa especialista no mercado de telecomunicações que possa analisar quais os fatores que levaram as pessoas a se interessarem a participar do data room, mas que não foram sensibilizadas a ponto de fazer uma proposta.

Imagem ilustrativa da imagem Sem propostas, Sercomtel projeta novo leilão em até 90 dias

Pelas regras desse último edital, poderiam ser integralizadas ações ordinárias no valor mínimo de R$ 130 milhões, em parcela única. A proponente que apresentasse a melhor proposta deveria, obrigatoriamente, adquirir dez ações ordinárias pertencentes ao município de Londrina ao valor de R$ 1 mil cada, para que seja possível o exercício do direito de preferência. Ficam desobrigados de adquirir ações do Município os proponentes que já são acionistas da empresa.

Cavazotti afirma que a B3 pode analisar até que ponto as regras do leilão podem ser flexibilizadas do ponto de vista legal. Esse estudo pode avaliar se há a possibilidade da interessada não realizar o pagamento integral à vista, mas que fosse possível pagar uma entrada inicial e o restante possa ser dividido em parcelas.

O presidente da Sercomtel, Cláudio Tedeschi, afirma que atualmente a empresa possui 430 mil clientes nos três setores que atua: telefonia fixa, telefonia móvel e internet de banda larga. Atualmente a empresa possui 3.500 km de linhas metálicas e 1 mil km de fibra ótica. Ele ressalta que a maior parte do faturamento tem partido da internet banda larga, que pela linha metálica só pode ser oferecida no máximo até 10 gb quando o mercado já está pedindo largura de banda acima de 100 gb. Ele afirma que o mercado atual não permite que uma empresa pública possa competir com empresas privadas devido à velocidade com que a tecnologia se atualiza. “Talvez, daqui a seis meses, as pessoas utilizem uma tecnologia que ainda nem exista”, ressalta. Ele afirma que o mercado de telefonia foi bastante prejudicado por aplicativos de comunicação como o WhatsApp. “A nossa inadimplência está em torno de 4,4%. Mas antes era possível pressionar o cliente a pagar a conta cortando o serviço de telefonia. Hoje, se fizermos isso, ele vai na esquina e consegue um chip”, destaca.

O prefeito Marcelo Belinati, o Secretário de Governo Juarez  Tridapalli , o presidente da Sercomtel, Cláudio Tedeschi; e o Secretário de Gestão Pública, Fábio Cavazotti afirmam que o próximo leilão deve ocorrer em 90 dias.
O prefeito Marcelo Belinati, o Secretário de Governo Juarez Tridapalli , o presidente da Sercomtel, Cláudio Tedeschi; e o Secretário de Gestão Pública, Fábio Cavazotti afirmam que o próximo leilão deve ocorrer em 90 dias. | Foto: Vítor Ogawa/Grupo Folha

O prefeito Marcelo Belinati ressaltou que quando assumiu o deficit anual era de R$ 20 milhões ao ano e com os ajustes nos gastos foi possível ter um lucro de R$ 1,8 milhão, mas isso foi feito com base na redução de despesas. Ele afirma que paralelamente a esse próximo leilão, está elaborando um plano de ajuste em parceria com o Nigep/UEL (Núcleo Interdisciplinar de Gestão Pública), mas não quis abrir os detalhes desse trabalho por enquanto.