Sebrae trabalha a internacionalização para indústrias da moda na ExpoLondrina
Evento trouxe especialistas para mostrar os caminhos da exportação para as pequenas indústrias do setor têxtil e de confecção
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terça-feira, 09 de abril de 2024
Evento trouxe especialistas para mostrar os caminhos da exportação para as pequenas indústrias do setor têxtil e de confecção
Reportagem local
Com uma projeção de movimentar U$ 1,2 trilhão até 2030, o comércio mundial de têxteis é um setor promissor. No Brasil, são mais de 22 mil indústrias, sendo que mais de 95% delas são micro e pequenas empresas. Para apresentar as oportunidades do mercado internacional aos empresários de Londrina e região, o Sebrae/PR promoveu, na manhã desta segunda-feira (8), o evento “Da passarela para o mundo: Navegando pela internacionalização da moda brasileira”, no Pavilhão Smart Agro, durante a ExpoLondrina 2024.
O evento reuniu painéis de quatro especialistas, a superintendente de projetos estratégicos da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Lilian Kaddissi, que falou sobre oportunidades para a internacionalização; o especialista em internacionalização de moda, Luiz Cezar Pimentel, que palestrou sobre como exportar para o mercado americano; o international business da CB2U, Junior Camargo, que trouxe informações sobre como simplificar o desembaraço aduaneiro; e a executiva de contas da Fedex, Carolina J. Marques, que apresentou soluções para a logística.
Lilian Kaddissi trouxe aos empresários informações sobre projetos, conduzidos pela Abit com parceiros estratégicos, como a Apex Brasil e o Sebrae, para promover a internacionalização das empresas do setor têxtil e de confecção. Ela afirma que as indústrias podem ter acesso a ações de capacitação, inteligência de mercado, preparação para acessar o mercado internacional, por meio de ações de promoção comercial subsidiadas e com o respaldo de uma equipe técnica.
“Queremos mostrar que a internacionalização traz competitividade e ganhos para a empresa, tanto para a atuação no mercado internacional como nacional”, destaca.
Ela aponta que a pauta exportadora brasileira atual tem uma predominância de produtos do começo da cadeia produtiva, que são tecidos e insumos para a confecção, apesar de o País ter produção em todos os elos da cadeia têxtil. O objetivo, portanto, é ter cada vez mais produtos de vestuário acabados sendo exportados pelo Brasil, que tem boa representatividade nos tecidos de algodão, por ser um grande produtor. Com relação aos mercados, os principais parceiros, hoje, estão na América do Sul, países com os quais o Brasil possui acordos e tarifas negociadas, e isenção de impostos.
De acordo com Lilian, o consumidor internacional, quando fala em Brasil, pensa nas cores e estampas. Não é à toa que a moda praia, dentro do vestuário, é um dos segmentos que o País tem mais destaque.
“Aproveitar-se disso e atuar em nichos específicos para agregar valor, para as empresas não competirem por preço, é muito importante”, pontua a especialista.
A consultora do Sebrae/PR, Danubia Milani Brouco, explica que a proposta do evento foi mostrar para as pequenas empresas a importância da exportação e apresentar as oportunidades do mercado americano, já que os Estados Unidos são os maiores importadores do segmento do vestuário no mundo. Ela lembra que as regiões de Londrina e Apucarana são consideradas polos da moda.
“Queremos mostrar que, trazendo um diferencial no produto, agregando valor, principalmente na moda praia, que é um grande diferencial do Brasil, podemos entrar no mercado americano”, afirma.
A consultora lembra que o Sebrae/PR pode apoiar os empresários no processo de internacionalização e mapear os principais mercados para cada negócio. Ela destaca que Londrina tem mais de 90 empresas exportadoras e diz que é preciso desmistificar a versão de que exportar é complicado e difícil.
“Estamos no Sul, então, às vezes, é muito mais difícil mandar um produto para o Norte do Brasil, do que para o Paraguai e Argentina, por exemplo. O mercado internacional pode ser uma grande oportunidade para descentralizar as vendas”, analisa.
A empresária, dona da Artesano Kids, uma pequena indústria de confecção infantil, de roupas clássicas e atemporais, fundada há dois anos, em Londrina, Marcia Zabini, participou do evento em busca de informação sobre o processo de internacionalização. A ideia, segundo ela, é entender as possibilidades desse mercado para analisar se é um plano possível para o seu negócio em médio e longo prazo.
Hoje, a empresa mantém processos terceirizados e atende tanto o varejo, por meio de um site que vende as peças para todo o Brasil, como o atacado, fornecendo as roupas para lojas da cidade e região, nos tamanhos de zero a oito anos.
“As minhas peças trazem o conceito artesanal. Uso somente tecidos nacionais e bordados manuais. É um design voltado para a infância, um estilo que tem crescido, já que as pessoas querem resgatar o lúdico e confortável”, conta.
Mais informações sobre os projetos de internacionalização do Sebrae/PR podem ser consultadas pelo telefone (43) 3373-8000.