SÃO PAULO - A Santista Alimentos deu um salto de 4º para o 2º posto no processamento de soja no País em apenas um mês. A empresa fechou ontem a compra da Incobrasa (Industrial e Comercial Brasileira SA), a maior processadora de soja no Estado do Rio Grande do Sul, com um faturamento anual de R$ 300 milhões e 400 funcionários. O negócio, cujo valor não foi anunciado, é um dos maiores já realizados no segmento.
Com a operação, a Santista encosta na Ceval, que é a maior processadora de soja do País, atingindo uma capacidade de 3,6 milhões de toneladas ano. No dia 1º de março, a Santista Alimentos arrendou, com opção de compra, a fábrica da Olvebasa, na Bahia, também do setor. A aquisição da Incobrasa envolve todos os ativos industriais da empresa, incluindo duas fábricas, instalação portuária e três armazéns. A primeira unidade industrial fica em Rio Grande e tem capacidade de 3.200 toneladas por dia. A segunda, em Canoas, e está apta a esmagar 2.500 toneladas por dia. O cais tem 400 metros de atracação. Os armazéns estão localizados em Ijuí, Taquarussú e Palmeira das Missões.
O presidente da Santista Alimentos, Ruy Hirschheimer, disse que a produção das novas unidades adquiridas da Incobrasa serão totalmente voltadas para o mercado externo. ‘‘Com a aquisição, nossas exportações devem atingir ao redor de R$ 600 milhões por ano, um volume 100% maior do que o realizado em 1996’’, afirmou, segundo comunicado distribuído pela empresa. A operação aumenta também a produtividade da Santista no mercado de soja. A empresa possui 29 unidades industriais e 8,7 mil funcionários. Em 1996, teve faturamento de R$ 2,15 bilhões e lucro líquido de R$ 46 milhões, 109% acima do realizado em 1995. Houve uma redução de gastos de R$ 23 milhões (valor anualizado).
Segundo a empresa, a aquisição da Incobrasa representará um aumento anual de receita para a Santista da ordem de R$ 300 milhões. Desde o final de 1995, a Santista vem investindo em aquisições no setor de alimentos. Expandiu-se nas duas cadeias em que atua: soja e trigo. Em dezembro de 1995, comprou a Pullman. Em abril de 1996, comprou Covebrás, na Paraíba. Em dezembro do ano passado, a Ideal Alimentos, na Bahia. Em março, a Olvebasa, também na Bahia. Os investimentos do grupo no biênio 1995-96 foram da ordem de R$ 250 milhões. Para a expansão da capacidade e construção de novas unidades, a empresa estima que serão realizados R$ 450 milhões em inversões nos próximos três anos.