Santander compra 97% do Grupo Meridional
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2000
Agência Estado
Do Rio
O Banco Santander Central Hispano (BSCH) anunciou ontem a compra de 97% do Grupo Financeiro Meridional que compreende os bancos Bozano,Simonsen, de investimento, e Meridional, de varejo. O valor da transação só vai ser definido em abril. A compra tornou o Santander o maior banco estrangeiro na América Latina e o segundo maior estrangeiro no Brasil, atrás apenas do ABN-Amro.
A compra faz parte da estratégia do Santander de alcançar 10% de participação no mercado financeiro latino-americano e 5% no Brasil, informou o presidente do banco espanhol no Brasil, Gabriel Jaramillo, em entrevista com o presidente do Bozano,Simonsen, Paulo Ferraz. Com a aquisição do Grupo Meridional, o Santander alcançou 8% de participação na América Latina e uma fatia 2,5% a 3% no Brasil, calculou Jaramillo.
A fusão cria uma instituição que é ou líder ou segundo lugar no ranking em todas as atividades financeiras do País, afirmou Ferraz, que continuará no Bozano, Simonsen, pelo menos até abril. O BSCH, que tinha 364 pontos de atendimento, com R$ 13,7 bilhões de ativos, 4,7 mil funcionários e 900 mil clientes, passa a controlar 704 pontos de atendimento, com licença para abrir mais 300 agências, R$ 22,6 bilhões em ativos e 8,5 mil funcionários no Brasil.
O negócio significou a aquisição dos R$ 8,8 bilhões em ativos, 340 pontos de atendimento e 3,7 mil funcionários do Banco Meridional, e os R$ 1,7 bilhão em fundos administrados pelo Bozano, Simonsen. Na América Latina e Espanha, o BSCH possuía US$ 340 bilhões de fundos administrados e ativos de US$ 261 bilhões, com 22 milhões de clientes em 38 países.
Jaramillo lembrou que, até abril, a transação tem de ser aprovada pelo Banco Central, autoridades financeiras espanholas e de Nova York e Londres, onde o Grupo Meridional também atua. Ele, que passará a ser o principal executivo do Grupo Santander Central Hispano (GSCH) no País, não quis revelar nem o valor usado como parâmetro nas negociações. Sobre a possibilidade de demissões, o presidente do Santander disse que as duas instituições já fizeram ajustes no ano passado. Mas admitiu que onde houver duplicação de funções, teremos somente uma atividade.
O Meridional manterá o seu nome, operando independentemente do Banco Santander, mas controlado pelo GSCH. Mas o nome do banco de investimentos será alterado.