Quarto maior gerador de empregos relacionados ao turismo no País, o Paraná possui algumas regiões em que a atividade deverá ser explorada de maneira estratégica, como medida para aquecer a economia regional visando a geração de empregos e renda com o fim da pandemia. É o que avaliou o responsável pela Superintendência de Apoio aos Municípios, ligada à Sedu (Secretaria do Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas), Ricardo Maia, em visita a Londrina.

Imagem ilustrativa da imagem Retomada rápida da economia regional passa pelo incentivo ao turismo, avalia Ricardo Maia
| Foto: Sergio Ranalli

De acordo com a Paraná Turismo, autarquia que pertence à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, o Paraná ensaiou uma retomada do setor, entre 2018 e 2019, até sentir os impactos da pandemia da Covid-19. Relatório publicado no início deste mês mostrou que a pandemia da Covid-19 provocou queda de 62,2% nos embarques em todo o estado na comparação com o ano anterior.

Enquanto a pandemia da Covid-19 obrigou redes de hotéis e agências de turismo a se adequarem às normas de segurança, um movimento que buscou incentivar o turismo regional e o contato com a natureza foi ganhando ainda mais força. O fomento ao turismo regional como estratégia de retomada econômica também será tema do 1º Congresso Internacional de Turismo Rural e Ruralidades, coordenado pelo professor Nilson Cesar Fraga, do Departamento de Geociências da UEL (Universidade Estadual de Londrina).

Questionado sobre quais são as regiões mais desafiadoras, Ricardo Maia elencou municípios como Inajá, Jardim Olinda, Paranapoema, Santo Inácio, Itaguajé, na região noroeste do estado, cuja dependência econômica do plantio da cana-de-açúcar ocasionou a migração de milhares de habitantes ao longo de mais de duas décadas. “O potencial turístico deles é uma coisa de outro mundo. Não existe as águas que eles têm lá. Só que ficou esquecido. Paranacity, São João do Caiuá, Santo Antônio do Caiuá, Guapoema, Mirador, é onde diminuiu para valer o número de habitantes e empobreceu muito. Isso é coisa de 20 anos. Houve uma falha nos anos 1990, foi ficando esquecido. Porto Rico mesmo acordou, é um polo crescente”, comparou.

Irmão do prefeito de Maringá, Ulisses Maia (PSD), o superintendente conhece bem a região citada. Esta semana, esteve reunido com as prefeituras de Londrina, Arapongas, Apucarana, Mandaguari, Ivaiporã e revelou que o Governo do Paraná também pretende visitar Porecatu, Florestópolis, Alvorada do Sul, Bela Vista do Paraíso, região que teve o potencial para o turismo e a pesca esportiva reduzidos com a crise hídrica do ano passado, o que fez baixar o nível da barragem da Usina Hidrelétrica de Capivara para o mais baixo de sua história.

Provocado sobre o tema, Maia afirmou que o nível das águas do Tibagi, parte da bacia do rio Paranapanema, também é alvo da preocupação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. “Secretário Márcio Nunes está em contato constantemente para tentar resolver. Do outro lado temos esperança que passe também a crise hídrica”, afirmou.

Programado para o início de novembro, o evento realizado pela UEL vai trazer experiências internacionais relacionadas à exploração sustentável do Turismo Rural, Turismo Caboclo, Turismo De Guerra, Turismo Militar, Agroturismo, Turismo de Aventura, Cicloturismo e Turismo Criativo, além do lançamento de livros, produtos turísticos e experiências de políticas públicas.

Coordenador do evento, Nilson Fraga também é autor de uma proposta inédita para o fomento do Turismo de Guerra nos municípios paranaenses e catarinenses ligados à Guerra do Contestado, ocorrida entre 1912 e 1916. De acordo com ele, pequenas propriedades do interior de General Carneiro, União da Vitória, Irani, entre outros municípios possuem "relíquias da guerra passíveis de serem apresentadas aos turistas", comemorou.

O Paraná também tem potencial para explorar o turismo paleontológico em Cruzeiro do Oeste, região que atrai o interesse de paleontólogos de universidades de todo o País.