A população de Londrina sente orgulho de viver na cidade, está satisfeita com a qualidade de vida ofertada pelo município, mas no quesito educação, segurança, oportunidades de trabalho, absorção da mão de obra qualificada e retenção de talentos ainda há muito o que melhorar. Essa é a visão dos londrinenses captada pela 9ª Pesquisa de Percepção da População sobre a Cidade de Londrina, divulgada nesta quinta-feira (17) pelo Fórum Desenvolve Londrina durante a apresentação e entrega do Manual de Indicadores de Desenvolvimento 2020.

Imagem ilustrativa da imagem Retenção de talentos é desafio para desenvolvimento de Londrina, diz pesquisa
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Por meio dos indicadores, é possível analisar as tendências e fomentar discussões relevantes para a formulação de diretrizes que contribuam para impulsionar o desenvolvimento da cidade. “Os índices espelham a real situação econômica e social do município”, avaliou o coordenador de Pesquisa e membro do Fórum Desenvolve Londrina, Fabio Pozza. “Quando Londrina completar cem anos, a visão do Fórum é que seja uma cidade ativa e articulada, construindo uma cidade solidária, segura e saudável, tecnologicamente integrada com a Região Norte do Paraná e globalmente conectada, com uma economia diversificada e dinâmica, gerando riquezas e promovendo o equilíbrio social”, destacou. O estudo é publicado anualmente e, neste ano, teve como tema a geração de emprego e renda e a retenção de talentos no município. Nesta edição, foram entrevistadas 600 pessoas e a margem de erro é de 4% para mais ou para menos.

Os indicadores que medem o grau de avanço tecnológico de Londrina mostram uma cidade com boa oferta de cursos técnicos, alta no número de cursos de graduação e no número de recém-formados na faculdade de engenharia, área considerada relevante para alavancar o setor produtivo da cidade. O desafio é gerar vagas de trabalho para empregar toda a mão de obra formada no município. “A cidade não consegue absorver. Essa é uma dinâmica que temos que trabalhar ao longo do tempo”, disse Pozza.

Quanto a geração de emprego e renda, o coordenador de Pesquisa do Fórum estabelece uma relação com a falta de vagas em creches. “Isso vem ao longo dos anos, aparecendo na pesquisa de maneira recorrente e precisa ser melhorado porque prejudica o potencial econômico da cidade. Se a gente tira a mulher do setor produtivo, estamos tirando metade da nossa força de trabalho do mercado.”

Futuro

Entre as 600 pessoas ouvidas, 46,5% concordam que a cidade oferece uma boa perspectiva de futuro para seus moradores e 35% veem condição favorável para o crescimento de carreira em Londrina. Quando perguntados se a cidade oferece boas opções de emprego, 33,3% disseram que sim e 17,8% consideram fácil abrir uma empresa no município.

Embora 73,2% avaliem a qualidade de vida na cidade como ótima ou boa, 13,8% disseram pensar em se mudar nos próximos 12 meses, a maioria na faixa etária entre os 25 e os 38 anos. “São pessoas que têm dificuldade de avançar na cidade e saem para buscar oportunidades de emprego”, avaliou Pozza.

A pesquisa também perguntou aos entrevistados sobre os aspectos que devem ser melhorados para a geração de emprego em Londrina. Quase metade deles – 45,5% - apontaram a necessidade de incentivos por parte da prefeitura para a vinda de grandes empresas, 39,2% sentem falta de ações que incentivem o micro empreendedorismo e 33% acham necessário reduzir a burocracia para abertura de empresas.

Engajamento

Um ponto importante a ser ressaltado no estudo é a falta de engajamento da população nos temas de interesse geral. Entre as 600 pessoas ouvidas, 74,2% afirmaram não ter interesse em se engajar em nenhuma causa. Os 25,8% restantes afirmaram o contrário e apontaram como pautas de interesse o meio ambiente (15,5%), a educação (14,8%) e a proteção de animais (11%).

O grau de articulação política também deixa a desejar. Quando estimulados a lembrar os nomes de dois vereadores da atual legislatura, 67,3% não souberam responder. Entre os jovens de 18 a 24 anos, 83,7% não se lembraram e na faixa etária dos 25 aos 38 anos, o índice foi de 73%.

Arrecadação

Uma medida clara de volume de faturamento das empresas é a arrecadação de ISS (Imposto Sobre Serviço) e, nesse ponto, a pesquisa mostra um crescimento ao longo dos anos. No ano passado, o volume arrecadado com o recolhimento do tributo foi de R$ 245,56 milhões. Quando se observa a taxa de crescimento da atividade empresarial, os indicadores mostram estabilidade, porém, bem abaixo do dinamismo observado há seis ou sete anos, com índice de 0,67%.

A íntegra da pesquisa está disponível para download gratuito no site do Fórum Desenvolve Londrina (www.forumdesenvolvelondrina.org).