Anunciada em 2019 pela administração municipal, a construção da segunda unidade do Restaurante Popular, na zona norte de Londrina, custa a sair do papel. A prefeitura chegou a divulgar a abertura dos envelopes para a elaboração dos projetos de execução da obra e serviços de engenharia para o dia 8 de janeiro de 2020 e a expectativa da Secretaria Municipal de Gestão Pública era assinar o contrato no final daquele mesmo mês. Mas indefinições acerca do terreno onde o restaurante será construído atrasaram o andamento do processo.

LEIA MAIS

Valor da cesta básica em Londrina recua 2,4 em agosto

Inicialmente, o município divulgou que o restaurante seria construído em um terreno de 1,2 mil metros quadrados na avenida Saul Elkind, ao lado do Colégio Estadual Lúcia Barros Lisboa, próximo ao cemitério Jardim da Saudade. Mas após ficar parado por dez anos, o governo do Estado retomou o projeto de construção de um batalhão da Polícia Militar naquela área. A prefeitura não divulgou ainda o novo endereço, mas a FOLHA apurou que o prédio deverá ser erguido em um terreno na avenida Saul Elkind, próximo ao acesso ao Jardim São Jorge.

Hoje, a população da zona norte que não pode ou não quer preparar o almoço em casa tem à disposição restaurantes self-service que cobram entre R$ 12 e R$ 17 a refeição. Se incluir a bebida, a conta sobe para até R$ 25. No Restaurante Popular Leonel Brizola, no centro, o usuário paga R$ 3 pela refeição, que tem um subsídio do município no valor de R$ 3,94 por pessoa.

Enquanto a obra não vem, o jeito é pagar mais caro ou levar a marmita. É o que faz o açougueiro Márcio Alexandre Santos Antônio, que trabalha em um supermercado na avenida Saul Elkind. Para economizar, ele leva todos os dias a sua própria refeição. Só com os acompanhamentos, calcula ele, o gasto mensal fica em torno de R$ 300. Se colocar na conta o arroz e as verduras que completam a marmita, a conta sobe um pouco mais. "Se tivesse o restaurante popular, compensaria. Tenho duas horas de almoço, daria tempo de ir e voltar, tranquilo. Com certeza seria mais viável para mim e meus colegas. Todo mundo aqui traz marmita", comentou.

Edir Arruda, dona de casa: "Com o restaurante popular iria economizar no gás e no supermercado"
Edir Arruda, dona de casa: "Com o restaurante popular iria economizar no gás e no supermercado" | Foto: Roberto Custódio

A dona de casa Edir Arruda cozinha todos os dias, mas disse que tiraria uma folga do fogão se houvesse um restaurante popular perto de casa. Além da economia de tempo, seria também uma economia de dinheiro. "Acho que iria economizar com o gás e no supermercado. Valeria a pena não só para mim, mas para muitos que vêm de outros lugares e não podem pagar um lugar mais caro. Eu arriscaria a ir, pelo menos de vez em quando."

O entregador  José Carlos Pavoni almoça num restaurante na avenida Saul Elkind, mas viu o preço  subir de R$6 para R$ 25 em seis anos
O entregador José Carlos Pavoni almoça num restaurante na avenida Saul Elkind, mas viu o preço subir de R$6 para R$ 25 em seis anos | Foto: Roberto Custódio

Há cerca de seis anos, o entregador José Carlos Pavoni almoça em um restaurante na avenida Saul Elkind pelo menos uma vez por semana. Nesse período, viu o preço da refeição quase quintuplicar, passando de R$ 6 para R$ 25. O aumento não pesou no bolso porque esse custo é coberto pela empresa para a qual trabalha, mas ele reconhece que para os trabalhadores que não têm direito a vale-refeição, o restaurante popular seria uma alternativa mais em conta. "Um trabalhador que não pode ir almoçar em casa, um vendedor ambulante. Seria interessante."

OBRA A SER LICITADA

O secretário municipal de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, informou que, no momento, a prefeitura está fazendo ajustes necessários no projeto para que a obra possa ser licitada. "Vamos licitar os serviços de preparo e servimento das refeições quando o restaurante estiver com as obras avançadas para que, quando concluído, possa imediatamente iniciar o funcionamento", disse o secretário.

Cavazotti destacou também que a Sepat, que administra o restaurante popular no centro, não irá operar por aditivo. Será feita uma nova licitação. "Tem que promover uma nova contratação porque é local diferente, quantidades diferentes etc."

A chefia do departamento responsável pelos restaurantes populares na Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento informou, por meio da assessoria de imprensa, que aguarda a Prefeitura de Londrina definir um novo terreno para a execução da obra e a elaboração dos projetos para então iniciar os trâmites para que a unidade possa começar a operar. "Aguardamos a escolha do terreno. Posteriormente, nós entramos (no projeto)", disse a nota.

A diretora de Abastecimento da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento, Amanda Cristina Andrello Costa, informou que o novo restaurante popular terá a mesma capacidade de atendimento do restaurante atual, de até mil refeições diárias. Sobre a previsão da obra, a expectativa é de que inicie em 2023. "O município anda está na fase de formalização do convênio junto ao governo do Estado. E após esta fase, iniciaremos a parte prática dos processos licitatórios de projetos e obras."

...

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link.