Agência Estado
De São Paulo
As aplicações de renda fixa lideraram o ranking de investimentos de março: os fundos prefixados tiveram rendimento líquido de 1,16% no período, seguidos de perto pelos CDBs para grandes quantias, que renderam 1,15%. O investimento em ações, por sua vez, teve um desempenho frustrante no mês passado. O índice Bovespa, que reúne as ações mais negociadas no pregão paulista, fechou o mês em alta de 0 91%. O dólar também foi má opção: o comercial, que corrige os fundos cambiais, recuou 1,75%. O fluxo positivo de recursos para o País derrubou as cotações, principalmente por conta de investimentos estrangeiros diretos e de captações de empresas. O paralelo também registrou variação negativa, de 0,69%.
Todas as aplicações de renda fixa tiveram rendimento acima da inflação medida pelo IGPM da FGV, que ficou em 0,15% em março. A caderneta ofereceu mais uma vez a pior rentabilidade do segmento - 0,73%.
As indefinições no cenário externo fizeram com que a bolsa paulista tivesse um comportamento instável em março. O temor em relação a um aumento mais forte dos juros norte-americanos, as dúvidas em relação aos preços do petróleo e a volatilidade de Wall Street impediram que a bolsa retomasse a trajetória de alta.
E o diretor do Banco AGF Braseg, Kazuhiro Miyamoto, entende que a bolsa deve continuar num quadro de muita volatilidade em abril. ‘‘A inflação está em queda, o dólar está comportado, os juros começaram a cair e as contas públicas estão em ordem, mas a instabilidade de Wall Street pode seguir atrapalhando o Ibovespa.’’
Na renda fixa, as aplicações devem continuar rendendo acima da inflação, ainda que a tendência dos juros seja de queda. Miyamoto entende que os juros básicos podem cair de 18 50% ao ano para 18% na próxima reunião do Copom, que ocorre nos dias 18 e 19.
O dólar, por sua vez, pode ficar um pouco mais pressionado este mês, porque haverá mais vencimentos de títulos emitidos por empresas brasileiras no exterior. No entanto, o País segue recebendo um fluxo expressivo de recursos, o que pode impedir uma alta das cotações.
No ano, o Ibovespa lidera o ranking de investimentos, com alta de 4,27%. Depois aparecem os CDBs para grandes quantias, rendendo 3,47%.