As cooperativas que recorreram ao Recoop, programa de revitalização do setor, estão na expectativa da votação, hoje, da suplementação orçamentária. São R$ 2,1 bilhões que podem colocar muitas cooperativas em nível de competitividade com o mercado globalizado.
A Cocamar, segunda maior cooperativa do país, com 5,7 mil associados e um faturamento de US$ 290 milhões no ano passado, aposta no Recoop para se reestruturar. A cooperativa passou por todas as fases exigidas pelo Comitê do Recoop, e agora aguarda uma resposta do projeto aprovado pelos cooperados e apresentado ao programa.
O vice-presidente da Cocamar, José Fernandes Jardim Júnior, revela que a cooperativa iniciou há alguns anos um trabalho de abertura de capital, em busca de viabilidade econômica. ‘‘Com a proposta do Recoop optamos em alongar o perfil das dívidas’’, diz ele.
A Cocamar tem uma dívida de R$ 200 milhões junto a várias instituições financeiras. Com um faturamento previsto em torno de R$ 280 milhões, existe folga para a cooperativa trabalhar, diz Jardim.
Ele conta que a proposta da Cocamar foi totalmente aceita pelo Recoop, e o mais importante, aprovada pelos cooperados. Ele compara que através do Recoop, será possível pagar juros de 4% ao ano mais IGP-DI, que não tem chegado a 1% no mesmo período. ‘‘Sem o Recoop teríamos que apelar para qualquer outra saída, com juros em torno de 18% ao mês, índice que nenhum setor produtivo suporta’’, afirma.