Rede de livraria não vê retração
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segunda-feira, 29 de agosto de 2016
Nas Livrarias Curitiba, os números são mais animadores que os das editoras. Pelo menos é o que diz a diretora de Compras, Leonir Cristina Pedri. "O governo compra muito livro das editoras para abastecer as escolas. Elas vem sentindo uma redução importante. Essa redução não foi sentida por nós porque nunca tivemos essas vendas para o governo", afirma. De fato, segundo o Snel, as compras do governo, que chegaram a representar 18% do faturamento do setor, caíram para menos de 5% em 2015, com a suspensão dos programas de bibliotecas escolares.
Nas Livrarias Curitiba, as vendas de livros vinham crescendo em média 10% ao ano e esse crescimento só foi interrompido no ano passado, de acordo com a diretora. "Mesmo assim, não houve retração. Para nós, as vendas (de 2015) empataram com as de 2014", conta. A "febre" dos livros de colorir, que segundo ela chegou ao auge em maio do ano passado, ajudaram a manter o resultado no zero a zero.
Leonir sustenta que, neste ano, as vendas continuam no mesmo patamar das de 2015. "Isso para nós é motivo de muita alegria porque não tivemos o fenômeno dos livros de colorir este ano", justifica. Neste mês, ela viu uma "leve" recuperação do mercado. "Acho que iremos fechar o ano com um pequeno crescimento." A Bienal do Livro, evento que vai até 4 de setembro, em São Paulo, ajuda a movimentar o setor, de acordo com a diretora.
Na rede, o segmento de livros religiosos é o que mais cresce - fenômeno que, na opinião de Leonir, está relacionado ao sucesso que fazem os padres cantores. Outros que estão em alta são os livros dos youtubers e os políticos, devido ao momento econômico. Somente o juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro, ganhou três biografias. "Também crescem as vendas de livros infantis, o que nos deixa muito contente porque representam o futuro do nosso negócio." (N.B.)