A identificação biométrica por meio do reconhecimento facial é hoje o que há de mais avançado em relação à liberação do acesso e controle do fluxo de pessoas em condomínios residenciais e comerciais e empresas. Com o barateamento do custo de implantação, o sistema tornou-se mais acessível, com um bom custo-benefício e, em tempos de pandemia de coronavírus, a tecnologia tem uma vantagem adicional, pois dispensa o toque no equipamento.

Imagem ilustrativa da imagem Reconhecimento facial aumenta segurança e evita contágio por coronavírus
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Na leitura biométrica por reconhecimento facial a máquina capta uma imagem tridimensional a partir de pontos de referência do rosto e com uma combinação de algoritmos e cruzamento com o banco de dados, faz o reconhecimento do indivíduo. A leitura pode ser feita a partir de uma distância de dois metros da portaria e consegue atender um número muito maior de pessoas do que a leitura da digital.

Proprietário da PSP Monitoramento Eletrônico, empresa curitibana que desenvolve software para reconhecimento facial, Jorge Costa Filho explica que o sistema permite reconhecer até 40 pontos na face. “A gente regula o número de pontos de acordo com o ambiente. Para acesso externo, aumenta o nível de segurança. Quanto mais restrito o acesso, menos pontos.”

Recentemente, à eficácia da tecnologia somou-se o custo de implantação, que caiu consideravelmente. Segundo o sócio-proprietário da GPR Digital, Gilson Peres da Rosa, os modelos antes disponíveis no mercado custavam, em média, R$ 25 mil por ponto. Hoje, um totem para controle de acesso de veículos fica em R$ 9 mil. Se a opção for por um leitor para abertura de porta, o valor é menos da metade, R$ 3.900,00. A empresa também trabalha com locação e comodato. O barateamento foi possível, segundo o empresário, porque conseguiu desenvolver um software próprio, aliado ao hardware eficaz e com custo menor.

Rosa está há 15 anos nesse mercado e começou a oferecer a tecnologia de reconhecimento facial aos clientes em setembro de 2019. A empresa desenvolveu um sistema de acesso para uma construtora local, com obras em andamento em Londrina e em Maringá, para facilitar o acesso dos trabalhadores em nove canteiros de obras. “Por causa do trabalho na construção civil, as mãos dos operários são muito machucadas e a leitura da digital fica mais difícil”, comentou. A GPR atende também a um condomínio horizontal na zona sul e fez uma parceria com o Congp (Conselho de Condomínios da Gleba Palhano) para instalar equipamentos em quase cem condomínios residenciais daquela região para testes. A perspectiva de crescimento da GPR Digital para as soluções que levam esta tecnologia facial é de mais de 30% para este ano.

A filial da Liberty em Londrina, empresa especializada em soluções para segurança e monitoramento de alarmes, também oferece a nova tecnologia aos clientes. “As tags podem ser clonadas e a biometria pode apresentar falhas operacionais principalmente em acessos utilizados por um grande número de pessoas. Para funcionar bem a leitura da digital, o equipamento deve ser limpo a cada duas horas. O reconhecimento facial, hoje é o que há de mais seguro na liberação de acesso. É quase impossível de ser clonado”, comparou o gerente, Paulo Camargo.

Além da maior rapidez no controle do fluxo de pessoas, uma das grandes vantagens do sistema é a economia com pessoal. A tecnologia de reconhecimento facial, afirma Camargo, permite reduzir até 60% a necessidade da presença de um funcionário nas áreas de acesso dos condomínios. Com a instalação dos equipamentos e o serviço de manutenção oferecido pela empresa, calcula o gerente, o custo fica em torno de R$ 18 mil mensais. “É bem mais em conta do que manter funcionários nas portarias.”

Tecnologia controla todos os acessos externos em condomínio na zona sul

Há cerca de dois meses, um condomínio horizontal na zona sul de Londrina passou a adotar a tecnologia de reconhecimento facial para controle de acesso dos moradores. Após uma fase de testes que começou em janeiro, o novo sistema teve a aprovação da maioria dos condôminos e a administração investiu R$ 45 mil em equipamentos e softwares. “A gente não fez 100% do condomínio porque algumas áreas são pouco utilizadas e não teria a necessidade, mas pode ser que a gente faça futuramente. Mas todos os pontos de acesso estão cobertos”, disse o síndico, Rodrigo Lourenço Rodrigues.

O principal motivo foi garantir a segurança do condomínio, mas também houve um apelo por parte dos moradores, preocupados com o risco de contágio pelo sistema de identificação pela digital. Além dos moradores, empregados domésticos, funcionários de obras, trabalhadores da construção civil e todas as outras pessoas que entram no condomínio têm a face cadastrada para poder ter acesso ao local. “É uma boa relação de retorno do investimento. A segurança é um investimento que vale muito a pena. O reconhecimento facial aumenta a segurança porque diminui os ‘furos’ que podem acontecer e agiliza o acesso, reduzindo fila. Com a biometria, alguns moradores tinham problemas para entrar. No horário do rush, mil veículos passam pela portaria. Durante o dia, são quatro mil veículos”, avaliou Rodrigues.