As escolas particulares já iniciaram as rematrículas e matrículas para o ano letivo de 2025 e o reajuste pode chegar a 10%, prevê o Sinepe/NPR (Sindicato das Escolas Particulares do Norte do Paraná). Esse índice é mais do que o dobro da inflação projetada para 2024, de 4,25%, mas segundo o sindicato, é necessário para cobrir todos os custos de manutenção dos estabelecimentos de ensino. O maior impacto na planilha são os salários dos professores e demais funcionários.

O reajuste anual é regulamentado pela lei 9.870,/99. A norma não proíbe um reajuste acima da inflação, mas exige que as instituições de ensino comprovem os custos anualmente por meio de uma planilha detalhada ou uma análise financeira completa. A planilha deve ser baseada na estrutura de custos da escola e no número de alunos, utilizando dados contábeis e fiscais. A lei também determina que o preço contratual seja anunciado com, no mínimo, 45 dias antes do término do período de matrículas.

A análise financeira deve levantar todas as despesas da instituição, incluindo folha de pagamento, impostos, aluguel, material de escritório, água, luz, telefone, entre outros. Essas despesas devem ser alocadas por nível de ensino para determinar o custo específico de cada curso ao longo do ano.

O Sinepe/NPR tem na sua base de associados cerca de 90 escolas de Londrina e região. A presidente do sindicato, Maria Antonia Fantaussi, calcula que os aumentos no preços das mensalidades devem ficar entre 7% e 10%. Na composição da planilha é considerado o tamanho da escola, o número de funcionários, aluguéis, água, luz, telefone e internet, impostos e benfeitorias.

"O setor educacional particular brasileiro vem recuperando os vínculos empregatícios formais desde a pandemia. Esse número já se aproxima de 1,5 milhão de empregos formais em 2024. Isso representa 3,48% de todos os empregos formais do setor privado no Brasil", destacou Fantaussi. Em dez anos, o número de empregos no setor cresceu 34%. Desse total, aproximadamente dois terços ficam na educação básica, onde estão matriculados mais de 25 mil alunos na área de abrangência do Sinepe/NPR.

Na planilha de formação de preços são considerados os salários de março de 2025, que utiliza como base o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). O limite para o reajuste foi definido em 5,50%. Se o INPC ficar abaixo disso, aplica-se um aumento de 5,50%. Se ultrapassar, o percentual estaciona nos 5,50%. "O Sinepe e o Sinpro (Sindicato dos Profissionais das Escolas Particulares de Londrina e Norte do Paraná) fizeram um acordo para 2025, no fechamento da convenção coletiva, e isso ajudou muito cada gestor a fazer sua planilha e sua formação de preço", comentou Fantaussi.

Além dos custos com recursos humanos, para onde é canalizada a maior parte dos gastos, a presidente do Sinepe/NPR destacou que há outras demandas nas escolas que têm encarecido as mensalidades. "São investimentos no aluno. Tecnologias, melhorias no prédio, ar-condicionado, tudo o que puder propiciar ao aluno um bom atendimento."

O período de matrículas e rematrículas para o ano letivo de 2025 já começou e segue conforme a oferta de vagas de cada instituição.

Os percentuais aplicados sobre as mensalidades em Londrina está de acordo com a média no país, levantada por uma pesquisa do Grupo Rabbit, consultoria de gestão do ensino privado brasileiro. Segundo o estudo, as mensalidades de 2025 deverão ter um aumento de 8% a 10%. O levantamento foi realizado entre maio e agosto com gestores de 680 escolas no país.

Em 2023, a correção nos preços das mensalidades foi de 9,4% e, em 2022, ficou em 10,9%, com uma inflação acumulada de 4,62% e 5,79%, respectivamente. O estado com maior reajuste, segundo a pesquisa, deverá ser Minas Gerais, com 10%. Em seguida, está São Paulo (9,5%).No Sul, o aumento médio deve ficar em torno de 8%.

As escolas justificam que ainda se recuperam de perdas acumuladas desde a pandemia, quando houve a redução de alunos e o crescimento da inadimplência.