Maringá - A Raudi Indústria e Comércio Ltda., de São Paulo, assinou ontem, em Maringá, com a Coopcana (Cooperativa Agrícola Regional de Produtores de Cana Ltda. de Paraíso do Norte) o primeiro contrato do País para transformação de gás carbônico em bicarbonato de sódio a partir do processo industrial de fermentação alcóolica obtida da cana-de-açúcar. O contrato prevê um faturamento em torno de US$ 1,4 milhão para uma produção de 100 mil toneladas de bicarbonato de sódio em 2004. Para o ano que vem, a produção é de 50 mil toneladas.
Depois de 10 anos de pesquisas na área, a Raudi conseguiu desenvolver a patente do processo de produção do bicarbonato de sódio de origem da fermentação alcóolica. Até então, a tecnologia estava restrita a produção a partir da calcinação (queima). Segundo o diretor-presidente da Coopcana, Fernando Vizzotto, a reação química que produz o bicarbonato não deixa nenhum tipo de resíduo. Com este novo processo, a Coopcana vai deixar de lançar na atmosfera, em 2003, 28 mil toneladas de gás carbônico (CO2), maior responsável pelo efeito estufa do planeta.
Com sede administrativa em Paraíso do Norte (33 km de Paranavaí) e indústria em São Carlos do Ivaí (58 km de Maringá), a Coopcana abriga 121 produtores com 6,5 mil alqueires de cana-de-açúcar.
Vizzoto explica que além do gás carbônico, a cooperativa vai fornecer como insumos para a produção de bicarbonato de sódio, o vapor das caldeiras, energia elétrica produzida com a queima de bagaço de cana e água. O contrato tem vigência de 30 anos, mas após a produção de 2004 serão revistos objetos que prevêem a ampliação do parque industrial para novos produtos químicos, como o bicarbonato de amônia e a barrilha (carbonato utilizado na produção de vidro).
Segundo Vizzoto, a Raudi veio para o Paraná por causa de um protocolo de intenções assinado com o Governo do Estado e por meio de intervenções do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem) que atua agora também para a região Noroeste.