O sistema de pagamentos Pix ficou instável por algumas horas, na manhã de ontem (29), impossibilitando vários usuários de realizarem transações financeiras. A situação foi parar nos trendings topics do Google com mais de dez mil pesquisas, que tentavam descobrir o que estava acontecendo.

Mesmo sendo uma ferramenta nova, os brasileiros já se acostumaram com ela e ainda se chocam com as oscilações. São mais de 478 milhões de chaves cadastradas de acordo com BC (Banco Central do Brasil), sendo 95% chaves são de pessoas físicas. O Pix foi lançado pelo BC , em 5 de outubro de 2020.

Angelo Rondina Neto, professor no departamento de economia da UEL (Universidade Estadual de Londrina) argumenta que com o surgimento dessa inovação houve um ganho em agilidade nas transações bancárias que seria impossível não notar, “as transações, são feitas em menos de um minuto e de forma remota, com uma grande segurança. E há a vantagem de que os custos são muito menores para os usuários (pessoas jurídicas), sendo gratuito em boa parte para as pessoas físicas".

Além da praticidade de realizar transações, o BC descreve outros benefícios do PIX: "independente do local que se encontra e apenas utilizar o celular, a ferramenta possui outros benefícios como - alavancar a competitividade e a eficiência do mercado; baixar o custo, aumentar a segurança e aprimorar a experiência dos clientes; incentivar a digitalização do mercado de pagamentos de varejo; promover a inclusão financeira e preencher uma série de lacunas existentes na cesta de instrumentos de pagamentos disponíveis atualmente à população".

LEIA TAMBÉM:

Estados têm acesso a transações PIX e podem cobrar ICMS retroativo

SEGURANÇA

No entanto, casos de golpes e fraudes aproveitaram e evoluíram com as novidades do PIX e isso preocupa a maioria das pessoas. “A sugestão que deixo aos usuários é que, no aplicativo do seu banco, na área do PIX, reduzir o limite para as transações diárias via PIX e/ou o limite para cada transação via PIX. Isso possibilita um controle maior das saídas da conta corrente, evitando problemas”, alerta Neto que também destaca que é interessante ter mais do que uma chave PIX cadastrada numa mesma instituição bancária. Se você precisar passar a sua chave para uma pessoa desconhecida, é mais interessante repassar a sua chave aleatória. Assim você evita transferir informações pessoais de forma indireta, como o seu número de telefone ou CPF ou e-mail para uma pessoa estranha”.

FIM DOS BANCOS FÍSICOS?

Além do Pix, outros métodos de transações, também populares entre os brasileiros, como cartão de crédito, TED (Transferência Eletrônica Disponível), DOC (Documento de Ordem de Crédito), boleto bancário, e até as criptomoedas também otimizaram seus métodos e se tornaram quase que inteiramente digitais deixando para trás a máxima que as facilidades da internet iriam acabar com bancos físicos. “O processo de transações no ambiente digital é um instrumento e uma tendência da sociedade. Porém, da mesma forma que a chegada da internet não destruiu os negócios físicos no dia a dia, é muito mais provável que as novas ferramentas como o PIX levem a transformações e disrupções nos negócios do sistema financeiro tradicional. É uma janela de oportunidade para uma maior integração das pessoas no mercado financeiro e para a realização de novas operações e produtos para as empresas e empresários”, explica Neto.

PIX IMPACTA NO ENDIVIDAMENTO?

“Pode ter um impacto sim, mas não pela ferramenta em si. O sistema do Pix é uma ferramenta que facilita e potencializa a vida das pessoas e o que elas fazem. Se a pessoa é propensa a se endividar e não tomar cuidado, a facilidade nas transações pode ser uma “caixa de Pandora”, agravando ainda mais o problema financeiro das pessoas.”, comenta o professor.

---

Estagiária sob supervisão de Patrícia Maria Alves/Editora


Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link.