Oswaldo Petrin
De Londrina
O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura estimou ontem em 11% a redução da safra de verão (safra 99/00), em relação às previsões iniciais. O Paraná vai colher 1,640 milhão de toneladas a menos de algodão, amendoim, arroz, café, feijão, milho e soja. Ao preço do dia desses produtos, o prejuízo deve girar em torno de R$ 500 milhões.
Considerando esta quebra, a colheita deste ano (estimada em 16,45 milhões de toneladas) será 5,85% menor do que a safra anterior (17,47 milhões de t). A safra de verão inclui a safrinha de milho (projeção) e feijão da seca.
O acompanhamento da safra começa em julho e vem sendo ajustado mensalmente até chegar a números que se aproximam bem da realidade, levando em conta eventos climáticos ou redução de áreas que ocorram ao longo do período.
Este último relatório do Deral confirma as perdas no milho, cultura mais prejudicada pela seca. Na média estadual a quebra é de 13% (790 mil toneladas). De uma estimativa inicial de 6,040 milhões de t, a previsão agora é de 5,250 mil t.
O Norte puxou as perdas por região (32%) seguido do Oeste (30%), Centro-Oeste (25%). Na média estadual a perda foi atenuada pelo Centro Sul (-4%) que representa 45% do total da área ocupada com milho.
Por conta da seca a colheita está atrasada (7%) enquanto no ano passado, nesta mesma época a área colhida chegava a 16%.
Soja A quebra na soja é menor, 9%, ou 700 mil toneladas, na comparação da previsão inicial (7,750 milhões de t) com a previsão divulgada ontem (7,050 milhões).
A estiagem pegou boa parte das lavouras de soja em floração, lembra a engenheira agrônoma Vera Zardo. A exemplo do milho, a região norte lidera as perdas na soja com 20% em relação ao previsto, seguida da região oeste com 14%.
A colheita da soja já começou em Cascavel e Toledo. No Sul, que planta um pouco mais tarde, o desenvolvimento das lavouras é bom, sem previsão de quebra.
Café Na lavoura de café o relatório do Deral confirma redução de 20% da previsão inicial (2,8 milhões de sacas) comparada com os 2,250 milhões anunciados ontem. Regiões mais prejudicadas pela ordem foram o Norte Pioneiro (20%), o Centro-Oeste (30%), o Noroeste (23%) e Oeste (17%).
Além da falta de chuva o cafeeiro sofre os efeitos de baixas temperaturas.
Feijão A estimativa inicial do Deral era de 475 mil toneladas. No relatório divulgado ontem o órgão trabalha com 380 mil toneladas (-23%). Regiões mais prejudicadas: Noroeste (48%), Oeste (45%), Centro-Oeste (43%), Sudoeste e Norte (40%), Sul (8). O impacto na média estadual só não é maior porque o Sul, que quebrou pouco, é o maior produtor com 56% da área.
Inverno O Deral prevê redução de 4% na área de trigo. Mas a engenheira agrônoma Vera Zardo faz uma observação: o período indicado para o plantio ainda é amplo e o levantamentamento não leva em conta o planto de safra do governo, ainda não anunciado. Para a safrinha de milho o Deral prevê aumento de área, apesar do atraso do plantio, porque os produtores estão levando em conta as chances de preços altos.
Arroz deve sofrer redução de 5% e o amendoim (plantio restrito poucas lavouras na região de Campo Mourão) deve recuar 12%.