Cinco dias antes de chegar ao governo, a proposta das centrais sindicais para cobrir o rombo do FGTS já sofreu um racha. CUT e Força Sindical têm divergências sobre o aumento da alíquota da contribuição dos empresários ao fundo.
A Agência Folha apurou que, em documento redigido ontem, Força e CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores) incluíram a elevação de 8% para 9% para as empresas que estão fora do Simples (sistema simplificado de pagamento de impostos e contribuições federais para pequenas e médias empresas).
Ou seja, empresas com faturamento acima de R$ 120 mil por ano teriam de pagar mais sobre a folha de salários, na versão da Força e da CGT. A arrecadação estimada com o aumento é de R$ 8,57 bilhões em três anos.
Esse item teria sido alterado da proposta original, de taxar somente as empresas que demitem muito. A CUT é contra a taxação indiscriminada, porque teme que a medida possa gerar demissões no setor produtivo.
‘‘O fundamental é taxar quem tem alta rotatividade e demite para baixar os custos da produção, punindo mais uma vez o trabalhador’’, disse o presidente da central, João Felício. A CUT quer que o aumento de um ponto percentual (de 8% para 9%) no FGTS seja aplicado ‘‘às empresas que utilizam de modo indiscriminado a rotatividade para perseguir a redução do custo do trabalho e para aquelas que apresentarem rotatividade superior à média do setor’’. A arrecadação estimada pela proposta da CUT é de R$ 4,2 bilhões. CUT, Força e CGT devem voltar à mesa de negociação na próxima segunda-feira para resolver a questão.