Com a notícia da inclusão do Contorno Leste na concessão das rodovias federais do Paraná, Londrina recebeu nesta terça-feira (22) a visita de representantes da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para uma explanação sobre o novo modelo de pedágio na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

O procurador geral da agência, Milton Gomes, ressaltou que há otimismo com o leilão do lote 1 da nova concessão, marcado para sexta-feira (25). A expectativa é que o lote 2 vá a leilão no final de setembro.

Questionado sobre o Contorno Leste, Gomes afirmou que os lotes 3 e 4, que contemplam a região de Londrina, ainda não possuem edital aberto. Ou seja, os projetos ainda precisam retornar para o TCU (Tribunal de Contas da União).

“A decisão do governo vai ser incluir nesse projeto que vai para o TCU o Contorno Leste, que é tão aguardado pela população. Temos expectativa que esse debate se aprofunde. O governo é sensível a esse tema e sabe da necessidade de incluir esse trecho no contrato de concessão 3 e 4”, disse o procurador.

A tendência é que os projetos sejam remetidos ao TCU ainda neste semestre, sendo que o tribunal tem um prazo de 90 dias para responder. Segundo Gomes, os editais dos lotes 3, 4, 5 e 6 devem ser divulgados no primeiro semestre de 2024.

Acompanhando a modelagem da concessão - conforme o que já foi divulgado dos lotes 1 e 2 -, os investimentos serão concentrados em cinco anos. As duplicações, terceiras faixas, faixas adicionais etc. serão feitas iniciadas e finalizadas do terceiro ao sétimo ano do contrato.

RELEVÂNCIA

O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), disse que a obra é “importantíssima para o desenvolvimento de Londrina e região”, e lembrou que o Contorno Leste fazia parte do contrato anterior, mas acabou não saindo do papel.

Na avaliação do prefeito, o novo trecho vai criar um ramal para instalação de indústrias e vai tirar o tráfego pesado da cidade. “É uma obra fundamental para o futuro de Londrina”, apontando que isso foi resultado da união por pautas importantes para o município.

O deputado estadual Tercilio Turini (PSD) esteve no evento e ressaltou que a inclusão do Contorno Leste nas novas concessões “é uma batalha de dois ou três anos”. Ele lembra que a ANTT elaborou estudos técnicos e apontou que era importante que a obra saísse do papel, mas que, apesar da recomendação, ela não estava incluída. “Se a gente não tivesse essa obra incluída agora, seria um prejuízo brutal para a cidade”

‘PARTE ATIVA’

Para o presidente da SRP (Sociedade Rural do Paraná), Marcelo El Kadre, foi importante a união da sociedade civil organizada e do poder público para reivindicar “o que é de direito da nossa região”. Também, que a obra é uma necessidade.

“É o divisor de água entre o desenvolvimento ou não da nossa região toda, não só de Londrina”, disse.

El Kadre também acredita que é necessário ser “parte ativa” da discussão do pedágio, acompanhando de perto as ações que serão feitas.

“A SRP acredita que o curso de manutenção das entradas é benéfico, não pode ser um exagero. Um pneu que fura, um motor que estoura, é um prejuízo danado para o produtor. Você tendo estradas, rodovias e infraestrutura boa para distribuir a produção, é fundamental”.

“Londrina é a segunda maior cidade do Paraná. Nós temos um polo eleitoral, temos um polo empresarial muito grande, e acho que nós merecemos isso. Não é justo que apenas paguemos a conta sem ter algo efetivo que venha a beneficiar nossa região”, disse o presidente da OAB de Londrina, Nelson Sahyun Junior, ressaltando que haverá cobrança para que a obra realmente seja realizada.