Imagem ilustrativa da imagem Profissionais de eventos fazem protesto para voltar ao trabalho

Um protesto realizado no início da tarde desta quarta-feira (2), em frente à prefeitura, reuniu profissionais do setor de eventos de Londrina e região. Eles querem a autorização do prefeito Marcelo Belinati para poderem retomar as atividades. Vestidos de preto, com faixas e carro de som, eles tentavam sensibilizar a administração pública para a urgência do retorno dos eventos, um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus que, em setembro, completa seis meses.

Há dois meses, trabalhadores do setor entregaram ao prefeito um plano de retomada que previa o retorno apenas dos eventos sociais com até 50 pessoas. Ontem, no protesto, eles mudaram o tom da reivindicação, pedindo a volta de todos os tipos de eventos, com limite de 80% da capacidade dos espaços. “Não falamos só de festas de casamento e aniversários, mas de palestras, convenções, congressos. Que cada um se adapte ao seu espaço”, disse a organizadora de eventos e uma das organizadoras do protesto, Claudia Andrade.

O ato reuniu representantes de empresas que compõem toda a cadeia de eventos, como decoradores, som e imagem e motoristas. Segundo Andrade, são dez mil profissionais que estão praticamente sem trabalho há quase seis meses. Recentemente, Belinati assinou um decreto autorizando a categoria a retomarem o trabalho para atuarem em áreas similares, seguindo as regras estabelecidas para lanchonetes e restaurantes. No entanto, Andrade afirma que essa medida beneficiou cerca de 2% dos profissionais do setor. “Foi uma minoria e nem todos os bufês estão aptos a funcionarem como restaurante e é mais uma concorrência para a Abrasel.”

Quando questionada sobre a realização de eventos clandestinos na cidade, como o que aconteceu no último final de semana em um restaurante na Gleba Palhano (zona sul) e que resultou na interdição do um espaço pelo município, Andrade ressaltou que os profissionais reivindicam o direito de trabalhar regularmente, cumprindo todas as medidas de segurança para evitar a disseminação da Covid-19. “Não somos marginais, não queremos trabalhar na clandestinidade. Queremos o direito de trabalhar com todas as restrições impostas pelas autoridades de saúde.”

Proprietária de um bufê infantil, Ana Paula Vieira calcula em R$ 1 milhão o prejuízo que teve desde 19 de março, quando teve que fechar o espaço. “O prejuízo não é só neste momento. É para o ano que vem também porque as festas foram canceladas neste ano e ficaram para o ano que vem, então as festas deste ano estão ocupando as vagas que seriam para outras festas em 2021”, comentou.

A empresária, que realizava oito eventos infantis por semana, já teve mais de cem festas transferidas para o ano que vem. Os quatro funcionários estão com redução de 70% da jornada e do salário e os 32 colaboradores, que incluem garçons, monitores e recepcionistas, não estão trabalhando.

Vieira contou que tem feito decorações de festas infantis que, segundo ela, estão sendo organizadas em restaurantes da cidade. “São festas que acontecem sem nenhuma proteção. Se estivessem no bufê, nós teríamos todos os cuidados com a higienização dos brinquedos.” Ela também pretende funcionar como restaurante, conforme autorizado pelo decreto publicado no dia 24 de agosto.

Os manifestantes disseram que permaneceriam em frente à prefeitura até que fossem recebidos pelo prefeito, mas foram informados de que Belinati estaria em Curitiba.

De acordo com a prefeitura, o Secretário de Saúde, Felippe Machado, atendeu novamente o grupo de lideranças do setor de eventos, que se comprometeu a entregar nos próximos dias um plano de ação bastante detalhado para uma eventual volta das atividades, com restrições, a partir do dia primeiro de outubro.

Atualizada às 16h17