As compras para o almoço da Sexta-feira Santa vão pesar no bolso este ano. Segundo levantamento da FGV/Ibre (Fundação Getúlio Vargas), a inflação de Páscoa está em 17,15%, enquanto que a de março fechou em 4,37%.

O pesquisador do FGV/Ibre, Igor Lino, explica que as condições climáticas, a flutuação do dólar e o aumento da demanda influenciaram diretamente nesta alta. O preço da batata-inglesa, por exemplo, subiu 78% em função das chuvas.

A cesta básica da Páscoa saltou de uma inflação de 2,61% no ano passado para 17,15%. O bacalhau está 19,35% mais caro, a alta do atum foi em média de 10,36%. Os ovos de chocolate registraram inflação de 10,22% ante os 0,08% do ano passado. “Há produtos que subiram menos do que a inflação, como o caso dos bombons e chocolates e os pescados frescos”, disse Lino.

Em Londrina, os peixes também apresentam alta, principalmente bacalhau e salmão, que subiram em média 10%. Mas os comerciantes estão otimistas com as vendas no varejo. O movimento está grande desde o começo da semana e deve se intensificar nesta quarta e quinta-feira.

“Em relação ao ano passado, ainda tivemos o aumento esperado, porque o brasileiro deixa tudo para a última hora. Mas em relação ao período da Quaresma acredito que estamos empatando”, afirmou Regis Augusto Toniazzo, proprietário de uma peixaria na zona Oeste.

O consumidor está procurando peixes de menor preço como tilápia, merluza, pescada. “O brasileiro está optando por fazer algo em caso e de custo baixo. Acredito que as vendas no varejo quebrem recorde de vendas, mas no atacado não será tão bom”, comentou Toniazzo.

O dono da Londripeixe, Osvaldo Calixto, acredita em incremento entre 80% e 90% no movimento nesta semana, mas ressalta que o consumo de peixe tem crescido ao longo do ano. “O povo se acostumou a comer peixe. A venda é constante, não apenas neste período”, comentou.

A Peixaria Rede Peixe comprou 6 toneladas de pescados para atender os consumidores da Sexta-feira Santa. O estabelecimento é especializado em peixes da bacia Amazônica. Segundo a dona, Ingrid Letícia Costa Regnhan, a peixaria absorveu alguns reajustes como no caso da sardinha. “Estamos com o mesmo preço, mesmo tendo pago mais caro”, disse.

Os supermercados também estão otimistas. O Grupo Muffato está com expectativa de crescimento de 25% em relação ao ano passado. “Nossa aposta maior é no aumento do consumo de tilápia. Expectativa é crescer 100% a venda desse peixe”, comentou Adilson Corrêa, gerente comercial do Grupo Muffato.

PEIXE VIVO

A Feira do Peixe Vivo começa nesta quarta-feira (17) e segue até sexta (19), na praça Tomi Nakagawa, na região central. Os estandes funcionarão das 8 às 19h e na sexta-feira, das 8 às 13h.

Serão comercializados bagre e carpa (R$ 13,00/kg); tilápia média (R$ 13/kg); tilápia grande (R$ 16/kg); matrinxã (R$ 19/kg); pacu (R$ 19/kg) e pintado (R$ 25/kg).

A expectativa é que sejam comercializadas 16,5 toneladas de peixe neste ano. Em 2018, foram vendidas 14 toneladas. Durante os dias de feira, os peixes serão acomodados em tanques e piscinas especiais. Assim, eles podem ser ofertados ainda vivos aos consumidores.

A feira oportuniza aos piscicultores um local adequado para a comercialização de sua mercadoria. “O objetivo é oferecer mais um canal para o escoamento da produção no pico da safra, incentivando a piscicultura em Londrina”, disse Paulo Gonçalves da Silva, técnico responsável da Secretaria Municipal da Agricultura e Abastecimento.

A Feira do Peixe Vivo faz parte do projeto “Feira de Produtos de Época”, que integra a política de Segurança Alimentar do Município.