A alta de 0,3% registrada pela indústria em setembro ante agosto foi decorrente de avanços na produção em apenas 11 das 26 atividades pesquisadas, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em agosto ante julho, a indústria já tinha crescido 1,2%. Os dois meses seguidos de altas dão uma sinalização positiva do segmento industrial, avaliou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

"Algo que a gente não via na história recente da produção industrial era emplacar dois resultados positivos. Única ressalva que faço é que o crescimento está muito concentrado. E neste mês, especificamente, muito desse crescimento foi explicado por veículos automotores", ponderou o pesquisador do IBGE.

O crescimento de 4,3% na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias puxou a alta na indústria em setembro ante agosto, após um recuo de 2,4% na atividade no mês anterior.

"O comportamento dessa produção, especialmente dos automóveis, tem se mostrado ao longo do ano de 2019 muito volátil, ate porque a gente perde o canal de exportações para a Argentina", lembrou Macedo.

Outras contribuições positivas relevantes para o total da indústria em setembro foram de confecção de artigos do vestuário e acessórios (6,6%), bebidas (3,5%), produtos de metal (3,7%), móveis (9,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,0%) e produtos de borracha e de material plástico (1,4%).

Na direção oposta, entre os 14 ramos que reduziram a produção, os destaques foram impressão e reprodução de gravações (-28,6%), indústrias extrativas (-1,2%), máquinas e equipamentos (-2,8%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,8%) e produtos do fumo (-7,7%).

"Talvez o nível de incerteza elevada esteja explicando não só comportamento de máquinas e equipamento, mas o comportamento de bens de capital como um todo", justificou Macedo.