Depois de dois meses seguidos de alta, a produção industrial do Paraná voltou a apresentar queda em julho. A retração foi de 0,3% em relação ao mês anterior, quando o indicador, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tinha registrado crescimento de 5,2%. Quando comparado com o mesmo mês do ano passado, a produção industrial paranaense ainda apresenta queda, de 9,1%. No acumulado do ano, o indicador também caiu 8,6%.

Imagem ilustrativa da imagem Produção industrial do Paraná volta a cair em julho
| Foto: Gelson Bampi

Os números contrariam as expectativas da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), que esperava bons resultados no sétimo mês do ano. “Considerando o momento de incerteza atual, o resultado até se justifica. Porém, esperava-se uma performance melhor dos principais setores do estado, que ainda não se recuperaram na velocidade ideal”, disse o economista da Fiep, Marcelo Alves, em nota da assessoria de imprensa.

Segundo a entidade, a queda no mês foi puxada principalmente pelo mau desempenho do setor automotivo, que ainda não retomou plenamente seu ritmo de atividade. O segmento representa 8% do PIB Industrial (Produto Interno Bruto industrial). Alimentos, o mais relevante, responde por 19%, e petróleo e gás, 6%. “Quando estes setores, que têm um peso grande na atividade industrial do estado, não performam bem, o impacto no resultado geral é muito forte”, explica Alves.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, as maiores quedas foram registradas na fabricação de máquinas e equipamentos (-54,7%); setor automotivo (-51,3%); e produtos químicos (-16,4%). As maiores altas ocorreram nos segmentos de aparelhos e materiais elétricos (30,6%); bebidas (25,8%); móveis (22,5%); e madeira (14,1%).

No ano, o setor automotivo é o que acumula as maiores perdas (-42,4%); seguido por máquinas e equipamentos (-34,9%); e produtos da madeira (-13,5%). Já os que se mantêm em alta, de janeiro a julho deste ano, são derivados do petróleo e biocombustíveis (7,6%); seguido de perto por alimentos (7,2%); fabricação de produtos de metal (3,4%); e fabricação de celulose e papel e produtos de papel (3,4%).

Brasil

Os indicadores paranaenses ficaram abaixo dos nacionais. O país registrou crescimento de 8% em julho com relação a junho. Mas, no ano, a indústria brasileira acumula perdas de 9,6%.

“Se a partir dos próximos meses a flexibilização das atividades permanecer, o Governo adotar medidas que incentivem a geração de emprego e renda e o consumidor retomar sua confiança, esta queda pode se reverter e a indústria paranaense poderá retomar o caminho do crescimento”, conclui Alves.