A maior alta foi observada no Estado do Paraná (28,4%)
A maior alta foi observada no Estado do Paraná (28,4%) | Foto: Sérgio Ranalli



Rio de Janeiro - A produção industrial cresceu em 13 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na passagem de maio para junho, seguindo a média nacional de 13,5% registrada no período. As maiores altas foram observadas nos Estados do Paraná (28,4%), de Mato Grosso (25,6%), Goiás (20,8%), do Rio Grande do Sul (17,0%) e de Santa Catarina (16,8%).
Também tiveram alta os Estados de São Paulo (14,8%), Pernambuco (13,5%), da Bahia (11,6%), de Minas Gerais (7,1%), do Ceará (6,8%), Pará (2,8%) e Rio de Janeiro (2,2%). O IBGE também calcula o resultado consolidado dos nove estados da Região Nordeste, com crescimento de 12,3% no período.

Recuos foram observados apenas nos Estados do Espírito Santo (-2%) e Amazonas (-1,1%).
Na comparação com junho de 2017, a produção industrial cresceu em 11 dos 15 locais, com destaque para os Estados do Pará (13,3%) e de Pernambuco (10%). Quatro locais tiveram queda, sendo a maior delas no Espírito Santo (-7,3%).

No acumulado do ano, houve crescimento em dez dos 15 locais. A principal alta foi observada no Amazonas (15,6%). Dos cinco locais em queda, as reduções mais expressivas foram observadas no Espírito Santo (-5,5%) e em Goiás (-3,2%).
Já no acumulado de 12 meses, foram observadas altas em 12 locais, com destaque para o Amazonas (10,8%) e Pará (9,9%). Dos três locais em queda, o Espírito Santo teve o maior recuo (-3,3%).

Imagem ilustrativa da imagem Produção industrial do Paraná cresce 28,4% em junho



PARANÁ
Apesar do crescimento mais lento do que o ideal e das turbulências políticas, as vendas industriais do Paraná, no acumulado de janeiro a junho, ficaram 5,29% acima do resultado do mesmo período do ano passado. E na análise do mês, as vendas ficaram 11,65% acima das de junho de 2017. "Isso significa dizer que mesmo após a greve dos caminhoneiros, que teve grande impacto nas vendas de maio, a indústria mantém o ritmo de crescimento. Também é importante destacar que o que deve ser avaliado é o resultado comparativo a igual período de 2017, não só o registrado de um mês para outro, que pode sofrer interferência de fatores externos na performance do setor, como foi o caso da paralisação", explica o economista da Fiep, Marcelo Alves.

Otimismo para o segundo semestre é ameaçado pelo cenário eleitoral e perspectivas de alta nos custos do setor
Otimismo para o segundo semestre é ameaçado pelo cenário eleitoral e perspectivas de alta nos custos do setor | Foto: Marcos Zanutto/15-04-2016



O aumento verificado em junho é resultado da performance positiva em 14 dos 18 gêneros pesquisados. Dois dos três gêneros de maior participação relativa na indústria paranaense apresentaram aumento: Veículos Automotores (47,89%) e Alimentos e Bebidas (23,26%). Já o Refino de Petróleo e Produção de Álcool (-0,57%) teve queda de vendas. "Tradicionalmente, junho caracteriza-se como período de maior dinamismo na atividade industrial paranaense. Este ano, as vendas do período sofreram com os reflexos da greve de maio", afirma o economista.

EMPREGOS
Em relação aos empregos, em junho, houve leve queda de -0,04% e o emprego diretamente ligado à produção caiu -0,22%. Oito dos 18 gêneros pesquisados registraram resultados positivos e dez negativos. O resultado do semestre em 2018 contra 2017 apresenta queda de -0,06%, no total, e de -2,19% no pessoal empregado na produção.

Para os próximos meses, de acordo com a Fiep, há dois fatores que devem ser considerados para a retomada do crescimento da indústria. Além das incertezas do cenário eleitoral, também existe uma preocupação com o aumento de custos do setor. A energia elétrica é um dos fatores que mais pesa nesta conta. Levantamento da Fiep aponta que o setor industrial do Paraná gastará em média 10% do seu faturamento com custos de energia para a produção. No Paraná, o reajuste autorizado pela Aneel nas contas de luz foi de 17,55%. (Com Reportagem Local)