Brasília - A indústria brasileira encerrou setembro com a produção e o emprego em queda. De acordo com a pesquisa Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice que mede a evolução da produção recuou de 54,1 pontos em agosto para 47,2 pontos em setembro.

Pela metodologia da pesquisa, números abaixo de 50 indicam queda Em setembro de 2017, o índice estava em 48,1 pontos. Ainda abaixo da linha dos 50 pontos, o que indica contração, o indicador que mede o emprego industrial passou de 49,1 pontos para 49,2 pontos. Em setembro de 2017, o número era 49,0 pontos.

Segundo a pesquisa da CNI, a ociosidade no setor continua elevada e estoques estão acima do planejado, mas há uma leve melhora na condição financeira das empresas
Segundo a pesquisa da CNI, a ociosidade no setor continua elevada e estoques estão acima do planejado, mas há uma leve melhora na condição financeira das empresas | Foto: Shutterstock



A utilização da capacidade instalada caiu 1 ponto porcentual em relação ao mês anterior, fechando setembro em 68%. No mesmo período de 2017, o porcentual estava em 66%. Já o indicador que mede a evolução dos estoques passou de 50,9 pontos para 50,6 pontos - era 49,6 pontos em setembro de 2017.

A ociosidade no setor continua elevada e estoques estão acima do planejado, segundo a pesquisa. O alto custo da matéria-prima e taxa de câmbio ganharam importância entre os obstáculos enfrentados pelos industriais. Por outro lado, há leve melhora das condições financeiras das empresas.

O índice de evolução dos estoques em relação ao planejado ficou em 51,2 pontos no mês passado. Como está acima dos 50 pontos, o indicador mostra que os estoques são superiores ao previsto pelas empresas.

"A demanda fraca e a fragilidade financeira das empresas dificultam a recuperação da indústria", afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo. "Há uma expectativa de melhora na demanda e nas exportações. Mas o otimismo é contido."

De acordo com a pesquisa, as empresas ainda estão insatisfeitas com as condições financeiras no trimestre, apesar de estarem um pouco menos pessimistas. O indicador que mede a margem de lucro operacional passou de 39,9 pontos para 42,4 pontos - abaixo de 50 pontos indica insatisfação.

Em relação ao preço das matérias-primas houve recuo de 70 pontos em agosto para 68,8 pontos em setembro. O alto custo da matéria-prima é o terceiro principal problema do setor, atrás da elevada carga tributária (42,7% das respostas) e da demanda interna insuficiente (30,6% das assinalações). Mas o número de citações para o elevado custo da matéria-prima subiu 1 ponto percentual em relação ao segundo trimestre. "Foi o quinto aumento consecutivo de assinalações neste item", aponta a Sondagem. Antes dessa sequência de altas, o custo da matéria-prima ocupara o sétimo lugar na listra de problemas.

O número que indica a satisfação em relação à situação financeira foi de 45,3 pontos para 46,9 pontos, enquanto o de acesso ao crédito foi de 36,9 pontos para 38,2 pontos.

PERSPECTIVAS
Para os próximos seis meses, as expectativas dos industriais são de queda no número de empregados. Os empresários esperam alta nos investimentos, demanda, exportações e compra de matérias-primas.

A projeção para o número de empregados passou de 50 pontos na pesquisa feita no mês de agosto para 49,1 pontos na pesquisa divulgada nesta terça-feira (23) - números abaixo de 50 indicam queda. Na pesquisa de setembro do ano passado, o indicador estava no mesmo patamar.

A intenção de investir ficou em 50,9 pontos, ante 50,8 pontos da pesquisa anterior. Já o índice que mede a demanda ficou em 54,3 pontos, o de quantidade exportada em 51,9 pontos e o de compras de matéria-prima ficou em 52,4 pontos.