Produção de químicos até setembro é a pior dos últimos 10 anos, diz Abiquim
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sexta-feira, 01 de novembro de 2019
Marcia Furlan - Especial para a AE
A produção de químicos para uso industrial registrou queda de 4,24% de janeiro a setembro de 2019 em relação ao mesmo período de 2018, o que representa o pior desempenho dos últimos 10 anos, informou nesta sexta-feira, 1º de novembro, a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), ao divulgar os resultados do terceiro trimestre. No acumulado do ano, as vendas internas tiveram queda de 2,11% e o consumo aparente nacional (CAN) recuou 7,4%.
Entre julho e setembro, a produção de químicos para uso industrial, entretanto, teve crescimento de 2,48% em relação ao segundo trimestre. As vendas internas subiram 3,05% e a demanda, alta de 17%. Na comparação com os números do terceiro trimestre do ano passado, a produção teve um recuo de 9,49%, as vendas internas retraíram 6,49% e o consumo aparente nacional caiu 11,4%.
A melhora na comparação com o segundo trimestre, de acordo com a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, se deve a desempenho sazonal positivo do período de julho a outubro, em razão das encomendas de Natal e do período de verão.
De janeiro a setembro, a utilização da capacidade instalada se manteve no patamar de 70%, sete pontos abaixo da registrada em igual período de 2018, levando a ociosidade ao patamar recorde de 30%.
"O nível é inadequado para os padrões de produção em regime de processo contínuo do setor químico e a ociosidade crescente preocupa as empresas", explica Fátima.
Importações e exportações
O volume de importações dos produtos pesquisados pela entidade, todos com fabricação local, cresceu 43,9% de julho a setembro, em relação ao segundo trimestre do ano. A variação representa um crescimento quase 18 vezes maior do que aquele registrado na variável produção local. Na comparação com o 3º trimestre de 2018, também houve alta, de 5,4%. De janeiro a setembro deste ano o volume importado teve acréscimo de 7,5%, ocupando uma fatia de 41% de toda a demanda local, novo recorde do setor.
As exportações do terceiro trimestre subiram 6,1% sobre o segundo trimestre, mas recuaram 0,9% em relação ao 3º trimestre de 2018. De janeiro a setembro, o volume de exportações cresceu 6,2% sobre igual período do ano passado. A Abiquim destaca que em razão do desaquecimento da economia e demanda negativa, muitas empresas buscaram alternativas no mercado externo.
O documento da entidade menciona também a possível redução unilateral das tarifas do imposto de importação de diversos produtos, entre eles químicos fabricados no País. "Essa eventual decisão, sem as necessárias contrapartidas na direção da eliminação ou diminuição dos entraves que afetam a competitividade da indústria nacional, pode trazer consequências muito ruins."