Procura por crédito cresce quase 9% na região Sul
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sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Victor Lopes <br> Reportagem Local
Após um período de nove meses em decréscimo, o consumidor brasileiro voltou a procurar por crédito em todo o País. De acordo com o último levantamento realizado pelo Serasa Experian, a busca cresceu em média 8% em julho deste ano no comparativo ao mês anterior. Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram responsáveis pela maior elevação média (8,8%), seguido pelas regiões Centro-Oeste (8,7%), Nordeste (8,6%), Sudeste (7,7%) e Norte (3,8%). O indicador da Demanda por Consumidor por Crédito é desenvolvido a partir de uma amostra significativa de Cadastros de Pessoa Física (CPFs) consultados mensalmente na base de dados do Serasa.
Quando a pesquisa engloba o acumulado deste ano, é possível ver como o fomento por crédito estava no vermelho. Mesmo com o incremento de 8%, a média dos primeiros sete meses fechou em 6% negativo. Já em relação a junho de 2011, a alta foi de 2%.
Já quando é realizada uma análise extratificada por classes sociais, os números apontaram que a demanda por crédito reagiu com maior intensidade nas camadas da população de menor renda. Do total de seis classes trabalhadas pelo Serasa, os consumidores que ganham até R$ 500 mensais expandiram a sua demanda por crédito em 7,9% no mês passado, os de renda entre R$ 500 a R$ 1.000 aumentaram em 8% e os de renda entre R$ 1.000 e R$ 2.000 mensais em 8,2%. As pessoas que menos buscaram crédito são aquelas com ganhos acima de R$ 10 mil por mês: 6,4%.
Para o economista e professor da Trevisan Escola de Negócios, Claudio Gonçalves, os bancos terem voltado a oferecer crédito com taxas menores e o aumento da confiança do consumidor em honrar estes empréstimo foram fundamentais para esta melhora dos números. ''As taxas estavam extremamente altas e esta retomada modesta pode ser fundamental para as estratégias do governo.''
Gonçalves refere-se à expectativa do governo no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro fechar, pelo menos, com crescimento de 2% comparado a 2011, o que até agora não está sendo possível. ''Este modelo de reduzir os créditos é justamente para que o crescimento do PIB não fique abaixo da casa dos 2%, como estava sendo projetado'', explicou ele.
Em relação aos índices de inadimplência, o economista até estimou um pequeno aumento natural, mas não acredita que possa sair do controle. ''Os consumidores devem buscar este crédito com extrema cautela, tomar muito cuidado, para acabar não ficando endividados. Os bancos estavam segurando (os empréstimos) devido a este problema.''