Priorizar é arma para quitar contas de janeiro
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segunda-feira, 09 de janeiro de 2012
Victor Lopes <br> Reportagem Local <br>
Início de janeiro, pagamento prestes a ser depositado e a caixinha de correio lotada, na casa da maioria dos brasileiros, são sinais de que o mês não vai ser fácil no que diz respeito a contas. Além dos boletos já conhecidos como água, luz e telefone, é hora de encarar também o IPTU, IPVA, uniforme e material escolar das crianças, cartões de crédito acumulados, taxas de licenciamento do carro, tudo concentrado num só mês.
De acordo com o economista da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Joilson Dias as palavras de ordem para este caso são prioridade e planejamento. É preciso saber exatamente quais são as datas de vencimento das contas, alternativas de parcelamentos e calcular os juros em cada um dos casos. ''Se você não pode pagar tudo à vista, vai ter que priorizar uma conta ou outra. É nesta hora que é preciso colocar tudo na ponta do lápis'', avalia.
O especialista explica que, no momento de priorizar, é bom avaliar os descontos que são dados no que for pago à vista. No caso do IPVA, por exemplo, Dias avalia como um desconto baixo, geralmente de 3%. Outra tática que pode ser interessante é tirar o dinheiro da poupança ou aplicações com renda fixa, porque o desconto deste imposto normalmente é maior que o rendimento de tais aplicações, que giram em torno de 0,5% ao mês.
Já o IPTU, parcele apenas se não houver outra alternativa. Isso porque os descontos podem chegar até 15% para pagamentos à vista. As multas também são bem salgadas para quem atrasa o pagamento, podendo chegar a 20% do valor mais os juros, que variam entre 1% e 2% ao mês. No caso do material escolar, Dias não vê problemas no parcelamento pois, segundo ele, boa parte das lojas consegue dividir o valor total da compra em cinco vezes sem juros. ''Faça uma boa pesquisa de preços e, se tiver condições, negocie, pois os descontos podem chegar a 10%.''
Agora, as contas que não podem ficar em segundo plano de forma alguma são as faturas de cartão de crédito e limite do cheque especial. No cartão, o chamado pagamento mínimo da fatura pode acarretar juros na ordem de 250% ao ano, enquanto no cheque especial, 150% ao ano. ''Nestes casos não têm jeito, o ideal é pagá-los por completo e não deixar resquícios para depois, os juros são exorbitantes'', salienta Dias.
E os saldões e as liquidações de começo de ano? O economista não tem dúvidas que, se não for uma compra muito bem planejada, a melhor estratégia é resistir. ''Se o consumidor estiver com a conta virada então, não vale a pena nem se estiver muito barato'', completa o especialista.