Imagem ilustrativa da imagem Primeira etapa da Rua Inteligente é entregue com presença de ministro em Londrina
| Foto: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

O ministro do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), o astronauta Marcos Pontes, esteve na cidade nesta segunda-feira (27) para o lançamento da primeira etapa do projeto da Rua Inteligente da Sergipe, no Museu de Arte de Londrina. O projeto é resultado de uma parceria entre Prefeitura de Londrina, ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e PTI (Parque Tecnológico Itaipu) e conta com investimento total de R$ 4,7 milhões - R$ 4,3 milhões da ABDI e R$ 400 mil do PTI.

Esta é a segunda vez em menos de dois meses que a cidade recebe um ministro para o lançamento de um projeto da área tecnológica. No início de agosto, os ministros do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Tereza Cristina, e do MCom (Ministério das Comunicações), Fábio Faria, vieram a Londrina para demonstrações do projetos-piloto de conectividade 5G no agronegócio.

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| Foto: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

O evento no Museu de Arte de Londrina nesta segunda também marcou o lançamento da segunda etapa do projeto, o programa Conecta. A rua Sergipe em Londrina será o primeiro espaço no Brasil a receber o programa, que vai atuar em três frentes: tecnologias de cidades inteligentes, de transformação digital dos negócios e de segurança cibernética.

A primeira etapa do projeto consiste na entrega da histórica Rua Sergipe equipada com cinco luminárias inteligentes com câmeras e wi-fi integrados; software de reconhecimento facial; dois cruzamentos semafóricos com sistemas de inteligência artificial integrados e botoeiras com recursos de acessibilidade; seis câmeras de reconhecimento de placas de veículos; e um centro de comando e controle com videowall.

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| Foto: Mie Francine Chiba - Grupo FOLHA

Os dois semáforos estão localizados nos cruzamentos com a Avenida Rio de Janeiro e Avenida São Paulo e as cinco luminárias estão distribuídas ao longo da Rua Sergipe, entre a Rua Minas Gerais e Avenida São Paulo. Em uma segunda etapa, o projeto pretende disponibilizar a rede de wi-fi.

O software de reconhecimento facial é capaz inclusive de reconhecer rostos usando máscara, detalha Tiago Faierstein, gerente de novos negócios da ABDI. Os semáforos inteligentes possuem câmeras que, além de reconhecerem placas, analisam o fluxo de carros. "Não vai existir mais parar no semáforo vermelho à noite se não tem carro circulando na via", diz Faierstein.

As câmeras também identificam veículos pesados para priorizar a sua passagem. "O resultado é a melhoria do trânsito, da segurança pública e do comércio", completa o gerente. O wi-fi poderá ser utilizado pela população e pelos cerca de 213 lojistas da rua para adotar ferramentas digitais nos seus negócios.

A segunda etapa do projeto, com investimento de cerca de R$ 1 milhão, deve capacitar inicialmente 40 empresários da rua Sergipe para aproveitar da tecnologia instalada na via com foco na transformação digital e na cybersegurança, afirma Faierstein. A capacitação será in loco com a ajuda de consultores da ABDI.

ESTRATÉGIA

O ministro Marcos Pontes afirmou que o projeto se encaixa em uma série de estratégias do ministério, como de Internet das Coisas, de Inteligência Artificial, de cidades inteligentes sustentáveis e de conectividade com o 5G, cujo leilão acontece agora em novembro. "Temos no ministério uma série de estratégias que se conectam diretamente com isso. Quero ver o andamento de índices, indicadores (do projeto), de forma que possamos pegar essa experiência, ir aperfeiçoando e poder utilizar a nível nacional e no nosso programa de cidades inteligentes."

Pontes salientou que Londrina é "especial" por ter um "sabor de cidade do interior" e por contar grandes empresas, universidades e grande capacidade de desenvolvimento de tecnologia instalada. "Temos várias empresas de tecnologia, temos potencial das universidades que tem que ser utilizado, temos o governo tanto da prefeitura quando do governo estadual pró ciência e tecnologia. Temos um campo muito fértil para plantar esse projeto e outros projetos de tecnologia."

Para ele, a tecnologia tem potencial de gerar empregos. "Vou citar só um setor que é o de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação). Esse setor esta já com um déficit de 400 mil pessoas, ou seja, temos 400 mil empregos abertos precisando de gente qualificada. O segredo disso ai é justamente preparar as pessoas." Para qualificação de profissionais nas áreas de tecnologia, ele destacou os cursos técnicos. "O ensino técnico é extremamente importante para o País. Esse trabalho que o Senai, o Senac faz, que todas as instituições que formam técnicos fazem, gostaria de ver muito mais nas escolas no Brasil, de preferência que todos os alunos do Ensino Médio tivessem um curso técnico."

BENEFÍCIO PARA OS NEGÓCIOS

O prefeito Marcelo Belinati ressaltou que o projeto é uma continuação do projeto de revitalização da rua Sergipe e que tem potencial de aumentar o movimento e as vendas dos comerciantes da via, assim como o emprego e a renda. "É a tecnologia a favor do cidadão. A ideia é fazer que a Sergipe seja um projeto piloto para toda a Londrina, o Paraná e o Brasil no sentido de usar tecnologia para gerar, emprego, renda e fazer que o comerciante possa utilizar em seu favor aumentando as vendas e o movimento."

Coordenador do grupo de empresários da Sergipe e diretor comercial da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Ângelo Pamplona disse que o projeto deve ajudar os comerciantes a traçar estratégias para os seus negócios. "Em um primeiro momento vai ter mais segurança em relação a todas as câmeras instaladas. Em um segundo momento, poderemos usar os dados que serão gerados por esses equipamentos em benefício dos negócios, para traçar estratégias de marketing e de vendas."

"Hoje a grande procura por lojas está em shoppings, porque têm segurança, mobilidade fácil, acesso a estacionamento, conforto. Esse projeto busca trazer tecnologia para a rua comercial, resgatar a cultura das pessoas visitarem centro urbanos", comentou Faierstein, da ABDI.

Na visão de Rodrigo Régis Galvão, diretor de Negócios e Inovação do PTI, o ponto chave do sucesso do projeto é abrir espaço para que empresas desenvolvam soluções usando as tecnologias da rua para atrair mais consumidores para o comércio do local. "Para isso a prefeitura tem que atuar ativamente no financiamento dos projetos. buscando financiamento de projetos. Hoje você tem no Ministério de Desenvolvimento Regional recursos voltados só para o tema de cidades inteligentes."

RADIOFÁRMACOS

Indagado pelo repórter da rádio Paiquerê, Edson Ferreira, sobre a paralisação da produção de radiofármacos - medicamentos utilizados para diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer - devido a um corte de verba federal no Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), o ministro Marcos Pontes afirmou que R$ 19 milhões foram liberados por portaria do Ministério da Economia para a retomada da fabricação. "Entramos já com esse recurso de R$ 19 milhões agora, os pedidos já foram feitos, ou seja, essa semana a produção recomeça e deve normalizar em no máximo uma semana a distribuição."

No entanto, ele lembra que esses recursos são emergenciais e devem garantir medicamento para no máximo metade de outubro. "Precisamos de outros projetos para suplementar esse valor até que o Congresso aprove o PLN (Projeto de Lei do Congresso Nacional) 16, de R$ 34 milhões, que vai ajudar um mês ou dois, e ainda faltam R$ 55 milhões que têm que ser aprovados pela Economia e pelo Congresso para que seja resolvido no ano. E também temos a necessidade de desenvolver ações preventivas para que isso nunca volte a acontecer. Mas essas ações dependem prioritariamente do Congresso, que exigem mudança de lei, inclusive mudanças da constituição."