Prévia do PIB apresenta crescimento de 1,5%
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sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Andréa Bertoldi<br>Reportagem Local
Curitiba - A atividade econômica apresentou crescimento em julho, depois de dois meses seguidos de retração. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado como uma espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB), teve crescimento de 1,5% em julho. Em junho, a queda ficou em -1,51% e, em maio, em -0,46%, de acordo com dados divulgados ontem pela instituição. Esse foi o maior crescimento mensal desde junho de 2008 (3,32%).
Em relação a julho de 2013, houve recuo de 0,23%. De janeiro a julho, a atividade econômica ficou praticamente estável, com crescimento de 0,07%. Em 12 meses encerrados em julho, a expansão ficou em 1,14%.
Os especialistas procurados pela FOLHA têm opiniões divergentes sobre o resultado do IBC-Br. Para o diretor de pesquisa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Julio Suzuki, é prematuro afirmar que o resultado de julho representa uma recuperação da economia. Ele acredita que o crescimento do índice no sétimo mês do ano pode estar relacionado com a melhora da produção industrial no País que cresceu 0,7% no período em relação a junho. No mês analisado, os setores que tiveram melhor desempenho foram a indústria de veículos com crescimento de 8,5%, a indústria de autopeças (+31,3%) e de equipamentos de informática e produtos eletrônicos (+44%).
Segundo Suzuki, o resultado de alta de 0,07% do IBC-Br no ano aponta para crescimento próximo de zero no PIB em 2014. Os últimos indicadores divulgados pelo relatório Focus apontavam um crescimento médio do índice para este ano de 0,48%. No primeiro semestre do ano, o PIB brasileiro cresceu 0,5% e o do Paraná 1,7%. Ele prevê que o Paraná feche o ano com um crescimento econômico de 1,5% a 1,7%.
O professor do curso de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Másimo Della Justina, acredita que o resultado de julho está relacionado a questões sazonais como a venda maior de produtos de inverno como roupas, aquecedores e mais alimentos. Além disso, ele disse que a Copa movimentou todos os segmentos relacionados a turismo. Para ele, o crescimento de 1,5% da atividade econômica é um bom sinal, mas com cautela. Justina disse que se o PIB apresentar dois trimestres positivos de alta a partir de agora a economia sai da recessão técnica. Ele acredita que a economia tenha aquecimento no final do ano com as viagens de férias, a substituição de eletrodomésticos e também com pequenas reformas em casa. O economista prevê um crescimento de 0,5% para o PIB em 2014.
O crescimento do IBC-Br em julho já mostra que o segundo semestre será melhor que o primeiro para a economia, segundo o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese), Fabiano Camargo da Silva. Para ele, o IBC-Br de julho representa o início de uma retomada do crescimento econômico. Silva acredita que o resultado do índice do ano foi influenciado pela Copa do Mundo, pela crise na Argentina que afeta as exportações brasileiras além da crise econômica da Europa e dos Estados Unidos. No entanto, ele destacou que o resultado dos 12 meses terminados em julho e que ficou em 1,14% está bem próximo do resultado do PIB que encerrou os 12 meses no final de junho com 1,4% de crescimento. Para ele, é mais interessante observar os dados dos 12 meses do IBC-Br. (Com agências)