Arquivo FolhaVICEJANDOLavouras no Paraná já começam a ser colhidas e as mais tardias apresentam boas condições de desenvolvimento Os preços da soja para a entressafra brasileira este ano podem ficar menores do que o esperado pelos produtores. A previsão é do analista de mercado da Carraro Agrobusiness, de Maringá, Carlos Alberto Carraro, com base nos números da safra 97/98 dos Estados Unidos, divulgados ontem pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA).
O economista do USDA, Keith Collins, prevê para o ano-safra 97/98 uma área cultivada com soja entre 64,5 milhões e 65 milhões de acres. ‘‘É a maior área desde 1984’’, observa Carraro. A produção, segundo estamativa do USDA, deve atingir 68 milhões de toneladas, contra as 65,5 milhões de toneladas colhidas na safra passada. Os estoques americanos podem atingir 220 milhões de bushels.
Carraro diz que o aumento na aréa de soja se deve aos bons preços que o grão vem registrando desde o ano passado que estimularam os produtores americanos a plantar mais. Com isso, a área que seria destinada ao plantio do trigo de primavera - espécie de safrinha- dará lugar às lavouras de soja.
Segundo o analista, estes números devem repercutir de forma negativa no mercado internacional. ‘‘Quem acha que o problema de estoque acaba no final do ano está enganado. Ninguém segura estoques sabendo que lá na frente pode comprar mais barato’’, comenta. Carraro observa que hoje já existe um deságio de 10% entre o preço atual e o preço da próxima safra americana.
No mercado interno, Carraro diz que na entressafra o ganho do produtor deverá ser menor. Segundo ele, na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) a remuneração do sojicultor caiu de 3% ao mês no mesmo período do ano passado, para 1,5% ao mês neste ano. Por isso, Carraro aconselha os produtores a fixarem nos próximos 30 dias negócios com a soja. Para entrega em maio, a saca está sendo cotada a R$ 14,50. Em nível de lote, a saca varia entre R$ 15,00 e R$ 15,20, para março/abril.