A moeda virtual Bitcoin bateu seus maiores recordes entre o final de 2016 e o início de 2017. No dia 28 de dezembro, atingiu o seu maior nível desde 2013 – R$3.699. Desde então, chegou a R$ 3.797,99 no último dia 02, R$ 3.990 no dia 04 até alcançar, na última quinta-feira (dia 05), os R$ 4.050. A alta de 2016 fez com que o Bitcoin fechasse o ano com valorização de 93,58%, segundo o Mercado Bitcoin. Os altos valores, bem como outros fatores, estão chamando a atenção de investidores. Economista alerta, entretanto, que não é recomendado aos investidores concentrarem esforços apenas no Bitcoin, considerado um investimento de alto risco. A moeda virtual seria apenas uma alternativa a ser inclusa em uma carteira de investimentos diversificada.
O Bitcoin, utilizado em transações na internet, independe de um Banco Central ou governo e é gerenciado pelos próprios usuários. Não se sabe exatamente o que aconteceu para a moeda valorizar tanto em tão pouco tempo. "Está todo mundo tentando entender o que está acontecendo", diz Rodrigo Batista, CEO do Mercado Bitcoin, site que intermedia transações com a moeda virtual. Entre os fatores considerados por ele, estão o aumento do uso da moeda, principalmente em países que enfrentam barreiras e incertezas econômicas, como Venezuela, China, Índia e mesmo EUA, com a iminência do governo Trump; e a limitação de moedas que podem ser emitidas – de 21 bilhões até 2033 -, característica já inerente do Bitcoin. "O preço aumenta porque não tem como aumentar o número de moedas." A soma de todos os Bitcoin existentes já passou de US$ 16 bilhões.

Imagem ilustrativa da imagem Preço do Bitcoin bate recordes em pouco tempo



ESPECULAÇÕES
Ao mesmo tempo, o valor da moeda também pode cair muito rapidamente. Depois de 2013, quando a moeda teve o seu primeiro recorde, a notícia do fechamento da então maior empresa de câmbio de Bitcoin, MT.Gox, também fez a moeda se desvalorizar drasticamente. Em 29 dezembro de 2013, exatamente um mês depois de atingir o seu primeiro recorde (R$ 3.600), a moeda teve queda de 48,6% e regrediu para o valor máximo de R$ 1.880. Para o economista Luiz Augusto Pacheco, da Inva Capital, de Curitiba, o que define a cotação da moeda no curto prazo são, basicamente, especulações que acompanham notícias econômicas mundiais.
Mesmo assim, os valores atingidos pela moeda estão atraindo cada vez mais pessoas para o universo do Bitcoin. "Aconteceu o mesmo que acontece no mercado de ações. As pessoas correm para o mercado de Bitcoin na esperança de ter ganhos. Temos a preocupação de passar para elas que ainda é um investimento de alto risco, mas mesmo assim as pessoas pagam para ver", relata Batista. De acordo com ele, a especulação é o motivo para 80% a 90% dos usuários da plataforma investirem na moeda. "As pessoas compram e vendem (Bitcoin) assim como outros artigos de investimento." Somente no último ano, 80 mil novos usuários se cadastraram na plataforma, quase o total de pessoas que haviam se cadastrado ao longo dos cinco anos anteriores (100 mil). Em 2016, R$ 90 milhões foram negociados pelo site, contra R$ 35 milhões em 2015.

Alternativa de investimento
Por causa da grande oscilação a que está sujeita a moeda, o economista Luiz Pacheco não recomenda fazer da moeda virtual o único investimento. Renda fixa, ações e imóveis também devem compor a carteira de investimentos de quem quer apostar no Bitcoin. "Primeiro porque não se sabe se a moeda é mesmo segura ou não. Há vários casos de sites que foram hackeados e os investidores perderam tudo. Outro problema é a variação."
Uma das maneiras mais simples de investir em Bitcoin é fazendo a sua compra e venda. Para Pacheco, o peso que a moeda terá na carteira do investidor deve variar de acordo com o perfil de cada um. Caso seja mais conservador, o peso deve ser menor. Do contrário, pode ser maior. Isso porque, ele também reitera, Bitcoin é um investimento de alto risco, e ao fazê-lo o investidor pode se ver em duas situações extremas: ter ganhos muito altos ou perdas acentuadas.