Preço de celular vai continuar caindo
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domingo, 23 de janeiro de 2000
Agência Estado
De São Paulo
Após dois anos de investimentos na expansão da base de clientes, as companhias de telefonia celular devem intensificar em 2000 os esforços para ampliar a rede. Até agora as operadoras vinham subsidiando fortemente os telefones celulares cerca de 40% do custo do aparelho eram assumidos pelas empresas via descontos e oferta de serviços gratuitos. Mas os preços devem continuar caindo.
A tendência este ano é que as distribuidoras de celulares retomem a compra e a venda dos aparelhos, segundo o diretor executivo da CellStar, João Carlos Zampini. A CellStar é a maior distribuidora do País, tendo negociado 800 mil aparelhos em 1999. Dos seis milhões de celulares comercializados no ano passado, apenas 1,2 milhão o foram pelas distribuidoras. As operadoras celulares foram responsáveis por 80% do volume contratado com os fornecedores.
A expectativa para este ano é de venda de 8,5 milhões de celulares, afirmou Zampini. O executivo esclarece que as operadoras querem investir na infra-estrutura, reduzindo os aportes necessários para a compra maciça de celulares. Os prazos de pagamento aos fornecedores, segundo Zampini, variam de 35 a 40 dias. A operadoras não querem usar linhas de crédito para isso, disse. Ele garantiu, no entanto, que a retomada do mercado de celulares pelas distribuídoras não vai representar aumento de preços, mesmo porque os consumidores não aceitariam. O preço vem caindo a cada trimestre, afirmou.
De acordo com o diretor, continuará havendo subsídios indiretos para um modelo ou outro, como a gratuidade na taxa de ativação. A CellStar aposta que vai conseguir uma pequena margem na comercialização de celulares e permanecerá no setor de serviços. Além da programação de aparelhos para a Nokia/Gradiente, uma das novas atividades da empresa é o recondicionamento de celulares para revenda como pré-pagos em cidades do interior do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Passei de distribuidor de celulares para prestador de serviços, comentou Zampini. Ele não está eufórico, mas não reclama da volta à atividade de distribuição, alegando que vai retomar a relação com os fornecedores e os clientes. De meados de 1999 para cá, os serviços passaram a responder por 15% da receita da CellStar, que foi de R$ 530 milhões no ano passado. Zampini estima que essa receita se repita este ano. Em 1998, o faturamento foi de R$ 190 milhões.
A história do desempenho da CellStar é um retrato da expansão do mercado de celulares no País. Em 1996, quando um modelo StarTac, da Motorola, custava US$ 1500, a CellStar faturava R$ 1,5 milhão ao mês. Atualmente, esse aparelho, por exemplo, custa R$ 200 e a empresa fatura mais de R$ 40 milhões mensais.