O preço médio da cesta básica para uma pessoa em Londrina ficou em R$ R$ 412,64 nesse mês de março, com uma alta de 3,5% em relação ao valor registrado no mês passado. Para uma família de dois adultos e duas crianças, o preço médio da cesta ficou em R$ 1.238,02. O levantamento, da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), campus Londrina, foi realizado nesta terça-feira (31) em 12 redes de supermercado nas regiões Norte, Sul, Leste e Oeste da cidade.

Imagem ilustrativa da imagem Preço da cesta básica sobe 3,5% em Londrina
| Foto: iStock

Para o economista responsável pela pesquisa, Marcos Rambalducci, não foi possível observar um impacto muito significativo no preço da cesta básica, levando em consideração que a demanda dos consumidores aumentou consideravelmente nos primeiros dias de quarentena do novo coronavírus. Na sua visão, os supermercados tiveram a preocupação de manter os preços similares aos dos concorrentes.

“Estávamos apreensivos com esta leitura para saber se havia tido um impacto, mas não observamos isso. Muito pelo contrário, percebemos uma aproximação dos valores dos supermercados, mostrando que eles se preocuparam em fazer uma comparação de preços na rede varejista para que não houvesse grandes discrepâncias.”

Alguns produtos como o leite, o feijão e a batata tiveram uma alta significativa, mas o impacto das altas foi reduzido na composição geral da cesta, afirma Rambalducci.

Dos 13 produtos que compõem a cesta, nove apresentaram alta: leite (30,8%), feijão (26,6%), batata (22,8%), açúcar (14,6%), banana (8,8%), margarina (6,7%), arroz (6%), óleo (3,4%) e carne (2,5%). A farinha ficou com o preço estável (0,7%), e café (-3,2%), pão (-5,1%) e tomate (-15,3%) ficaram mais baratos que no mês anterior.

Nos próximos meses, no entanto, pode haver impacto sobre os valores dos itens industrializados, já que as medidas de prevenção ao coronavírus estão alterando o funcionamento das indústrias. Outros produtos como a carne e os hortifrutigranjeiros não deverão sofrer muita alteração nos preços.

Economia

Se o consumidor adquirisse os produtos mais baratos em cada um dos supermercados pesquisados, a mesma cesta custaria 26,1% menos (R$ 305,02). Se comprasse todos os itens no supermercado com os menores preços, pagaria 14,9% menos que a média (R$ 351,01). Já se comprasse no estabelecimento com os maiores preços, pagaria 12,3% mais caro que a média (R$ 463,38).

Poder de compra

Em fevereiro de 2020, um trabalhador que ganha um salário mínimo paranaense (R$ 1.599,40) precisaria dispor de 24,9% de sua jornada de trabalho para adquirir uma cesta básica. Nesse mês, o índice subiu para 25,8%.

APRAS JUSTIFICA ALTA DE PREÇOS NOS SUPERMERCADOS

Na última sexta-feira (27), a Apras (Associação Paranaense de Supermercados) divulgou uma nota esclarecendo a alta de alguns produtos nos supermercados, entre eles o leite. Segundo a entidade, o crescimento desenfreado do consumo fez com que as indústrias aumentassem o volume de compra do leite, e que os produtores passassem a leiloar o seu produto, elevando os preços de venda.

Além disso, as indústrias se viram obrigadas a aumentar os turnos de trabalho e comprar matérias-primas de última hora, entre outras ações, para atender à alta demanda. Aliados à alta do dólar, esses fatores resultaram no crescimento do preço do leite.

"Os empresários supermercadistas destacam que estão solidários à população e que este não é o momento de lucrar, mas apenas de garantir que não faltem produtos de necessidade básica na mesa dos brasileiros", diz a nota da Associação. "A Apras salienta que os supermercados, em geral, não estão medindo esforços para manterem os preços o mais baixo possível. Os seus associados informaram que não mexeram em suas margens e que apenas estão repassando as altas aplicadas pelas indústrias."