Há cinco meses, o preço da cesta básica em Londrina vem registrando quedas sucessivas. Em setembro, o conjunto de 13 itens considerados essenciais recuou 2,07%, somando R$ 519,44. O resultado foi apresentado pelo relatório Evolução dos Preços da Cesta Básica Nacional em Londrina, elaborado mensalmente pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas).

Divulgado neste domingo (1), o estudo considerou os preços observados durante pesquisa realizada entre os dias 29 e 30 de setembro, em 11 redes supermercadistas do município, localizadas em todas as regiões da cidade.

O preço da cesta básica para uma família de quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, foi cotado a R$ 1.558,32 no mês passado.

Em agosto, a cesta básica havia fechado em R$ 530,41, uma retração de 4,7% ante julho. Na comparação com setembro de 2022, a redução foi ainda maior de 9,03%. Naquele mês, a cesta básica custava R$ 570,99. E em relação ao preço observado em 1 de janeiro deste ano, a queda foi de 11,57%. O ano de 2023 começou com a cesta básica cotada a R$ 587,34.

ECONOMIA

Se o consumidor se dispusesse a comprar os produtos de menor preço em cada um dos supermercados pesquisados, pagaria R$ 101,93, uma economia de 19,6%. Nesse caso, a mesma cesta sairia por R$ 417,51.

Em uma situação mais real, em que o consumidor comprasse todas as mercadorias da cesta básica no supermercado com os menores preços, o custo cairia 8,9%, fechando em R$ 473,03. Na situação contrária, em que o consumidor adquirisse todos os itens no supermercado com os preços mais altos, a cesta básica subiria 14,2%, saindo por R$ 583,30.

QUEDA NOS PREÇOS

Dos 13 produtos incluídos no cálculo da cesta básica, dez tiveram redução. As mais significativas foram nos preços do leite (-12,3%), do feijão (-12,0%) e da farinha (-6,5%). Mas também ficaram mais baratos a carne (-2,7%), a margarina (-2,2%), o açúcar (-1,9%), o pão (-1,8%), o óleo (-1,7%), o tomate (-1,2%) e a batata (-1,1%).

Os três itens que sofreram alta foram a banana, que teve aumento de 9,7% no período, seguida do arroz (+6,2%) e do café (+3.5%).

O economista e coordenador do NuPEA, Marcos Rambalducci, destacou as condições climáticas do último inverno, que contribuíram para a queda no preço dos alimentos. "Não tivemos frio intenso e houve um nível de precipitação até atípica para o período. Isso fez com que os custos de produção do leite e da carne recuassem", explicou.

A retração no preço dos grãos usados como insumo para a alimentação animal e para a produção de óleo de soja também foi apontada pelo economista como um dos fatores que levou à queda de preços, assim como o preço do dólar. "O câmbio também ajudou muito, mantendo-se abaixo dos R$ 5 em todo o período."

Sobre os três alimentos que ficaram mais caros no mês passado, Rambalducci avaliou que o aumento no preço do arroz se deve à diminuição da área plantada, a menor nos últimos 30 anos. "A banana e o café destoaram um pouco ao apresentar alta nos preços, mas não devem se manter para o próximo período."