Preço da cesta básica cai 2,64% no mês em Londrina

O preço da cesta básica em Londrina caiu 2,64% em junho sobre maio, puxado principalmente pela queda no custo da batata (-26,25%), tomate (-21,81%) e banana (-11,71%). No entanto, o acumulado do ano no valor do pacote é de alta de 12,22% no ano, segundo a pesquisa divulgada ontem e coordenada pelo professor Flávio Oliveira dos Santos, da Faculdade Pitágoras.
O levantamento foi feito em dez supermercados no último dia 2, com elevação de preços em oito dos 13 itens pesquisados. Além dos três produtos já citados, houve redução no valor do feijão (-9,55%) e da farinha de trigo (-4,69%), com elevação no açúcar (14,82%), café (9,79%), leite (7,34%), margarina (6,47%), carne (4,13%), arroz (2,56%), óleo (1,87%) e pão francês (0,93%).
Quando considerado o preço desde janeiro, apenas a batata (-25,14%), o feijão (- 9,83%) e a banana (-7,90%) tiveram redução. O tomate, com 48,93% de alta em seis meses, é o maior vilão da cesta, seguido por leite (25,80%), margarina (17,72%), açúcar (17,30%), carne (15,34%), café (11,57%), pão (7,97%), óleo (7,76%), arroz (5,91%) e farinha de trigo (2,25%).
Por isso, o coordenador da pesquisa diz que não dá para comemorar o resultado do mês. "É uma redução muito pequena e o preço da carne, que tem grande peso, aumentou e deve continuar a pressionar o preço da cesta", diz Santos. Ele acredita que o mercado internacional tem interferido no custo interno dos produtos, principalmente pelo aumento das exportações de carnes.
Santos ainda teme que a inflação sobre a cesta persista. Ele afirma que, como a pesquisa foi feita em uma quarta-feira, dia de promoções em boa parte dos supermercados, existe a possibilidade de que os preços estejam estáveis.
Ex-presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Paraná e técnico do órgão, Eugenio Stefanelo afirma que os Estados Unidos tiveram problemas com a seca, o que interferiu na produção bovina do país e levou ao aumento das importações do produto brasileiro. Por isso, sugere a substituição da carne de boi pela suína ou pela de frango. "O leite também teve elevação de preço pela seca nas pastagens, situação que deve persistir por mais um tempo", conta.
Stefanelo, no entanto, acredita que a redução nos preços de commodities como o trigo, o milho e a soja reduzam os preços até o fim do ano e diminuam o custo da cesta, desde que não ocorram novos problemas climáticos. Ele cita, por exemplo, a expectativa de safra recorde de trigo e de maior produção de açúcar no Centro-Sul neste ano ante 2013. "A cotação do dólar, que já foi a R$ 2,45 e caiu até R$ 2,20, também deve ajudar a manter os preços por aqui, embora prejudique as exportações."

Paciência
O coordenador do levantamento em Londrina orienta o consumidor a pesquisar preços em ao menos três supermercados, para tentar economizar. Ele cita como exemplo que, caso o consumidor comprasse apenas os itens mais baratos em cada um dos dez estabelecimentos no último dia 2, o valor da cesta cairia 31,53%, para R$ 225,79 para uma pessoa e para R$ 677,36 para uma família.