O presidente da Anatel, Renato Guerreiro, vê com preocupação a guerra de tarifas que está ocorrendo entre as prestadoras de telefonia de longa distância Embratel e Intelig. ''Se as empresas não restabelecerem o custo vão se degradar, podendo ocorrer um monopólio caso uma delas quebre.'' A operadora que sobrasse poderia elevar o preço, pois não teria concorrentes. Fato semelhante ocorreu no Chile, quando 9 das 12 prestadoras faliram.
Guerreiro afirma que, a curto prazo, parece ser bom para o consumidor, mas tudo não passa de ilusão. Isso porque, com o preço atual de R$ 0,06 (sem imposto) e R$ 0,08 (com imposto) da Intelig para os Estados Unidos, Japão e Reino Unido, a operadora está trabalhando abaixo do custo mínimo. Cada prestadora tem de pagar uma taxa de R$ 0,06, por ligação, para as operadoras locais, simbolizando o uso de sua rede. Além disso, elas têm um custo fixo por chamada, de R$ 0,40, totalizando R$ 0,46 de gasto por chamada.
Em situação idêntica está a Embratel, que, desde a semana passada, estendeu a promoção de cobrança de R$ 0,07 (sem imposto) e R$ 0,10 (com imposto) para a França, Alemanha, Itália, Espanha e Portugal, além de Argentina, até amanhã. A Embratel está oferecendo essa taxa também para quem ligar para os Estados Unidos, Canadá, Japão e Reino Unido.