Pratini negocia exportações de carne bovina para Bélgica
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terça-feira, 23 de maio de 2000
Carmem Murara Enviada a Paris
O ministro da Agricultura, Marcos Pratini de Moraes, afirmou ontem que o
governo federal e os pecuaristas precisam criar a marca Brasil na exportação
de carne para países europeus. O investimento em marketing e na publicidade
é a forma de conseguir vencer a concorrência de outros países. Pratini de Moraes está em Paris acompanhando a reunião da Organização Internacional de
Epizotias (OIE), que hoje deve declarar o circuito Centro-Oeste como área livre de febre aftosa. O resultado da votação será conhecido por volta das 16 horas, no horário de Paris, ou 11 horas horário de Brasília.
Ontem o ministro teve reuniões na Bélgica com importadores e exportadores.
Pratini de Moraes ressaltou que é necessário implantar no país um programa
que estimule a exportação de carne. Ele ressaltou que o governo federal deve
criar uma linha de financiamento especifica, mas não deu maiores detalhes.
Vamos elaborar um programa que permite ao pecuarista exportar mais carne,
declarou.
O ministro participou do coquetel de abertura da reunião da OIE, onde fez
um discurso, ressaltando a importância da certificação dos estados do
circuito centro oeste para o Brasil. Os estados de Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais Goiás e o Distrito Federal fazem parte do circuito. Junto no coquetel esteve presente a comitiva paranaense, que está em Paris para acompanhar a votação.
Um dos assuntos que deve agora preocupar tanto o governo federal quanto os
pecuaristas e a melhor maneira de se viabilizar a exportação de carne. O
diretor do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura,
Hamilton Ricardo de Farias, disse que há uma preocupação em ganhar
competitividade. Além disso, vai ser necessário manter isolada a atual área
considerada como livre de febre aftosa. A questão e saber como proteger
uma área continental como é o Brasil afirmou Farias.
Ele ressaltou que a fiscalização tem que se intensificar principalmente nas zonas tampão. O circuito centro oeste tem zonas tampão na divisa entre São Paulo e Rio de Janeiro, entre Goiás e Tocantins na divisa de Mato Grosso com Bolívia, Rondônia e Pará. No caso específico da Bolívia, há um acordo entre os dois países para garantir a vacinação dos rebanhos bolivianos. O Brasil vai fornecer vacinas para o governo boliviano. A fronteira com a Bolívia é muito preocupante porque não há controle, disse Farias.
Somente nas zonas tampão, há hoje 28 milhões de cabeças de gado, mas em maio do próximo ano essas zonas devem ser encerradas por determinação do Ministério da Agricultura, pois elas já não irão mais oferecer risco de contaminação do rebanho bovino que já está livre da febre aftosa.
Entre os produtores e entidades ligadas à pecuária paranaense também há um consenso em se intensificar a área de fiscalização e se investir mais no marketing da carne brasileira. O secretário de agricultura, Antönio Poloni, tem feito constantes declarações falando sobre a importância de mostrar para os outros países que a carne brasileira é de boa qualidade e apresenta sanidade.