Imagem ilustrativa da imagem Porto de Paranaguá amplia movimentação de líquidos
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Com um novo terminal, que entra em operação nesta semana, o Porto de Paranaguá aumentará em 20,4% a sua capacidade de movimentação de cargas líquidas. Construído pela CBL (Companhia Brasileira de Logística), empresa do Grupo Interalli, ele tem a operação feita por computadores e equipamentos que permitem a programação da carga desde a origem até o destino.
Com capacidade para armazenar 93.715 metros cúbicos, divididos em 18 tanques, o terminal movimentará 200 milhões de litros/mês e inicia as operações com 100% da capacidade contratada. "Paranaguá é o segundo maior polo de líquidos, atrás de Santos. E com esse novo terminal seremos mais competitivos. É totalmente automatizado e o mais moderno do País, com capacidade de descarga ferroviária de 32 vagões simultaneamente", comenta Lourenço Fregonese, diretor-presidente da Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina).
O Interalli já opera em Paranaguá com o terminal de grãos e, segundo o empresário Fabricio Slavieiro Fumagalli, o grupo percebeu o potencial do mercado de líquidos. "Acreditamos que a movimentação em Paranaguá não é maior em função da falta de espaço", afirma Fumagalli. Foram investidos R$ 200 milhões na construção do terminal.
Paranaguá tem se tornado um destino cada vez mais frequente para os derivados líquidos no Brasil. Entre os anos de 2011 e 2017, a movimentação dessas cargas pelo porto paranaense cresceu 81%, saltando de 4,2 milhões de toneladas em 2011 para 7,7 milhões de toneladas em 2017.
De janeiro a abril do ano passado, por exemplo, a movimentação de graneis líquidos teve alta de 15%. "Este ano está bem agressivo, principalmente a movimentação de óleo de soja", comenta Fregonese. Produtos químicos e etanol também apresentam resultados positivos, segundo ele.

ESTRUTURA
O terminal utilizará o píer público de inflamáveis em dois berços de atracação e está licenciado para o recebimento de óleo diesel, biodiesel, etanol, metanol, gasolina, nafta, entre outros.
O calado do berço permite a atracação de navios de até 48 mil metros cúbicos, com 210 metros de comprimento no berço externo e 190 metros de comprimento no interno. O primeiro deve atracar nesta quarta-feira (7), vindo de Santos.
A obra levou 24 meses para ser concluída e foram gerados aproximadamente 350 empregos durante sua construção e outros 60 com início das operações. O terminal conta com duas linhas em aço inox interligadas ao píer público de líquidos para recebimento e expedição de produtos dos navios tanques. Essas linhas estão acopladas a três bombas com capacidade nominal de 600 metros cúbicos por hora (m3/h) cada. Assim, é possível operações de carregamento de navios com 1.200 m3/h.
O terminal da CBL conta com oito plataformas rodoviárias e quatro rodoferroviárias, com capacidade para receber até 12 caminhões simultaneamente de todos os tamanhos. Um dos diferenciais do empreendimento está na capacidade para descarga via modal ferroviário. O ramal conta com 16 pontos de operação que, juntos, oferecem uma capacidade de recebimento e expedição de 960 metros cúbicos por hora.

NOVOS INVESTIMENTOS
Para este ano, estão previstos novos investimentos no cais oeste do porto, com ampliação de 110 metros do atracadouro, que possibilitará a instalação de quatro novos terminais graneleiros. "O corredor de exportação oeste está subaproveitado com movimentação de 2 milhões de toneladas/ano. Com os novos terminais, poderá movimentar 6,5 milhões de toneladas", afirma o diretor-presidente.
A obra também dará um fôlego extra ao setor leste, que está sobrecarregado e não pode mais ser ampliado. Segundo projeto apresentado pela Appa, o setor leste já vem trabalhando com demanda reprimida, principalmente em relação a graneis sólidos vegetais, e está próximo ao seu limite logístico e operacional.
Com a ampliação do cais oeste, a movimentação de cargas será triplicada, descongestionando o setor leste, e abrindo novas alternativas de escoamento para o agronegócio. Nos cinco primeiros meses de 2018, o Porto de Paranaguá registrou um incremento de 7% na movimentação de cargas em relação ao mesmo período do ano passado.