Planos de reestruturação do Banestado podem mudar
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terça-feira, 11 de novembro de 1997
Carmem Murara
Curitiba
O projeto do governo federal de reestruturação dos bancos estaduais, entre eles o Banestado, poderá ser afetado com o novo pacote econômico. Entre as medidas anunciadas ontem está a proibição da concessão de financiamento para reestrurar bancos estaduais que não sejam privatizados, liquidados ou transformados em agências de fomento. O governo do Paraná ainda negocia com o Banco Central o aporte de recursos para o Banestado. O processo com o banco poderá ser alterado, afirmou o secretário da Fazenda, Giovani Gionédis.
Ainda sem conhecer o conteúdo do pacote fiscal, Gionédis disse que o Estado negocia a liberação de um financiamento de R$ 300 milhões ao Banestado. Como já assinamos um pré-protocolo, pode ser que nada seja alterado, conjecturou. Quanto à renegociação da dívida estadual, o Paraná assinou o acordo no dia 31 de setembro e por isso ficou livre das mudanças econômicas.
Representantes do setores produtivos avaliam como necessários os cortes e enxugamentos impostos pelo pacote. O presidente da Associação Comercial do Paraná, Ardisson Akel, disse que um dos pontos fundamentais do pacote foi o maior controle sobre o sistema aduaneiro nas importações. É preciso limitar as importações, já que uma camisa chinesa entra no Brasil por US$ 3,80, afirmou. Akel acredita, no entanto, que haverá redução de crescimento do PIB para este ano.
No bolso do consumidor o que primeiro vai pesar é o aumento do combustível. Teremos que repassar os preços. Será efeito cascata, adiantou o diretor regional do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Pedro Milan.
O empresário Zulfiro Antônio Bósio, vice-presidente da Fiep, disse que quem não demitir no começo do próximo ano vai quebrar. Bósio é dono da Elextron Ltda., empresa que fabrica componentes para iluminação. É a única saída, afirmou o empresário. Sim, haverá redução de produção e demissões no Paraná, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e Região Metropolitana, Sérgio Butka. Vamos ter mais uma vez que pagar o pato.(Com Agência Folha)