Todos já perceberam que o pix veio para facilitar as transações bancárias, em especial na aquisição de produtos e serviços.

Atrelado a isso, as ideias de inovações e ferramentas para essa modalidade não param de surgir, dentre elas as que auxiliam os que não tem dinheiro na conta, o pix parcelado.

Imagem ilustrativa da imagem Pix Parcelado: como funciona e como não se endividar
| Foto: iStock

Essa nova ferramenta, bastante divulgada nas mídias, não é um serviço regulamentado pelo Banco Central, as instituições financeiras que passaram a oferecer crédito pessoal atrelado a compras pagas com pix de seus clientes, criando suas próprias regras.

Com o pix parcelado o consumidor paga à vista por um produto ou serviço e parcela junto ao seu banco com juros baixos, comparáveis aos de um crédito consignado - atualmente varia de 2,09% e 3,99% ao mês.

Trata-se da mesma lógica do cartão de crédito, o lojista recebe o valor de imediato, mesmo o cliente realizando o pagamento de modo parcelado, com uma diferença crucial: a incidência de taxas e juros.

Como se trata de um “empréstimo”, a possibilidade do pix parcelado depende de análise de perfil, e as condições variam para cada cliente, basicamente o cliente usa uma linha de crédito pré-aprovada.

Torna-se bastante atrativa essa modalidade ao pensar nos descontos que o consumidor terá no pagamento à vista de produtos comparado as taxas que vai pagar ao banco, por exemplo, um produto com 10% de desconto no pagamento à vista, o consumidor contrata o pix parcelado em 03 vezes, com taxa de juros de 2,09% ao mês, no final terá comprado o produto com aproximadamente 4% de desconto.

Contudo, o consumidor deve estar atento aos riscos da operação, nem só de flores vive o pix parcelado.

Inicialmente é imprescindível que o consumidor tenha um bom planejamento financeiro, para que consiga honrar com todos os seus compromissos mensais, afinal, além dos juros e taxas dessa modalidade, se o consumidor no vencimento da parcela não tiver o valor em conta, poderá entrar em cheque especial ou rotativo de cartão de crédito, pagando mais juros e virando uma bola de neve.

E, ainda, é ideal que o consumidor compare as taxas dessa modalidade com outras no mercado, como crédito pessoal e empréstimo consignado.

Além disso, o consumidor deve estar atento ao contrato que firmará com a instituição financeira, em que pese o pix parcelado poder ser realizado em menos de 03 minutos a partir do celular, trata-se de uma contratação de serviços bancários como qualquer outra.

Portanto, o consumidor deve ler as regras, se possível documentar tudo no momento da contratação, “printar” a tela com as taxas e juros que terá que arcar, caso apareça algum problema, é importantíssimo procurar um profissional especializado.

Bianca Obrelli, advogada e secretária da Comissão de Direito do Consumidor da OAB Londrina