Petrobras pagará 2ª parcela de dividendos em 20 de junho
Após o pagamento, estatal somará quase R$ 100 bilhões em dividendos distribuídos sobre o resultado de 2023
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sexta-feira, 14 de junho de 2024
Após o pagamento, estatal somará quase R$ 100 bilhões em dividendos distribuídos sobre o resultado de 2023
Nicola Pamplona Folhapress
Rio de Janeiro - A Petrobras pagará na próxima quinta-feira (20) a segunda parcela de dividendos sobre o resultado de 2023. O valor depositado na conta dos acionistas incluirá também dividendos extraordinários, foco de uma crise interna que culminou na troca no comando da estatal.
Segundo a estatal, o valor é de R$ 1,46 por ação, em valores já corrigidos desde que a distribuição foi aprovada, no fim de abril. Deste total, R$ 0,57 se referem ao dividendo previsto em sua política de remuneração. Os R$ 0,89 restantes são os dividendos extraordinários.
Os dividendos regulares serão pagos com base na posição acionária do dia 25 de abril, e os extraordinários, com base na posição acionária do dia 2 de maio.
Após o pagamento, a Petrobras somará quase R$ 100 bilhões em dividendos distribuídos sobre o resultado de 2023, quando teve o segundo maior lucro de sua história.
A empresa ainda pode aprovar novos valores até o fim do ano, segundo recomendação do governo em assembleia de acionistas no fim de abril. No encontro, a União determinou que a empresa distribuísse 50% dos dividendos extraordinários e avaliasse a distribuição do restante até dezembro.
O debate sobre o pagamento dos dividendos extraordinários gerou uma crise que provocou grande volatilidade sobre as ações da estatal e culminou com a demissão de Jean Paul Prates, o primeiro presidente da Petrobras no terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Prates e sua diretoria defendiam a distribuição de 50% do valor, mas foram vencidos por representantes do governo no conselho da companhia em março. Após quase dois meses de crise, o governo recuou e decidiu seguir a proposta inicial, aprovando-a em assembleia no fim de abril.
A retenção dos dividendos, contrariando proposta da diretoria, havia sido defendida junto a Lula pelos ministérios de Minas e Energia e da Casa Civil, opositores da gestão Prates na estatal. Eles alegavam que o pagamento poderia prejudicar investimentos futuros da empresa.
Em meio à crise, Lula foi convencido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que os recursos são importantes para o reequilíbrio fiscal e recuou. Prates, no entanto, não sobreviveu à fritura e acabou sendo substituído por Magda Chambriard.
Em sua primeira entrevista após assumir o comando da estatal, Magda disse que ainda não havia tido tempo para se debruçar sobre o tema dividendos e, por isso, não avaliaria a possibilidade de distribuir os 50% adicionais. "Precisamos ver como isso se encaixa, o que vem pela frente, o que queremos acelerar [em termos de investimentos]", afirmou a executiva.