Empresários e consumidores estão otimistas com o desempenho do varejo neste período que antecede o Dia dos Namorados, comemorado em 12 de junho. A expectativa é de um pequeno aumento nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado.

Na ordem de preferência dos consumidores locais aparecem as lojas de rua (40%), lojas virtuais (33%) e shopping centers (27%
Na ordem de preferência dos consumidores locais aparecem as lojas de rua (40%), lojas virtuais (33%) e shopping centers (27% | Foto: Gustavo Carneiro

O comerciante Luciano Matsumoto, da Cacau Show de Londrina afirmou que a data do Dia dos Namorados, depois do Natal e da Páscoa, é a data mais interessante para quem é do ramo de chocolate. “A gente está com expectativa de atingir um crescimento em relação ao ano passado de 10% a 15% mais em função do que a gente já vem vivenciando nos primeiros meses de 2021 em relação a 2020. A data da Páscoa no ano passado foi bastante desafiadora, era muito recente a questão do lockdown e este ano vamos trabalhar na normalidade, pelo menos na loja do Centro. Por isso, estamos com essa expectativa de manutenção do crescimento para o Dia dos Namorados.”

Segundo Matsumoto, ele não está projetando nada de diferente em relação à retomada da economia. “No ano passado a gente estava em uma situação de restrição, mas este ano a gente ainda acredita, considerando os resultados dos primeiros meses do ano, na manutenção do patamar de aumento de receita em relação ao ano passado.”

O comerciante aponta que os mais novos, principalmente, consideram o chocolate como um presente ou como complemento de um presente que vão dar. “Esses produtos voltados para namorados, como tabletes e caixinhas de bombons, devem ser os mais vendidos”, apontou.

Esse otimismo de crescimento das vendas, mesmo em uma pandemia, é o que aponta a pesquisa contratada pela Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná), em parceria com a ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina). Foram ouvidos 500 comerciantes e 1.000 consumidores em todo o estado, sendo 79 empresários e 137 consumidores londrinenses.

O levantamento demonstrou que, considerando o atual cenário econômico, a expectativa geral dos comerciantes com as vendas no Dia dos Namorados é superior em relação a 2020 para 39% dos entrevistados.

Em Londrina, espera-se um crescimento nas vendas de 3,2% em relação ao ano passado. O valor investido em presentes deve ser de R$ 143,13. No Paraná, a média de crescimento apontada foi de 6,1% e o ticket médio ficou em R$ 144,36.

A pesquisa também revela que 49% dos empresários londrinenses continuam preocupados com a economia, porém, 67% deste público afirmaram que se mantêm esperançosos em relação aos seus negócios.

Ângelo Pamplona, diretor comercial da ACIL, afirmou que as datas comemorativas acabam sendo uma esperança grande para o lojista para dar uma recuperada nas vendas afetadas pela pandemia. “Essas restrições e decretos que limitam o funcionamento do comércio já ocorrem há um ano e quatro meses. Os bares e restaurantes possuem restrições ainda mais intensas. Mas o Dia dos Namorados é uma data que o lojista acaba se apegando como uma oportunidade para dar uma recuperada nessas vendas que foram perdidas”, destacou.

No Paraná, o entusiasmo do empresário em relação à atual situação econômica do Brasil e à situação financeira dos clientes para os próximos seis meses aumentou 10 pontos e ficou em 135 pontos, numa escala que vai de 0 a 200. Em abril o Índice de Confiança do Comerciante era de 125 pontos.

CONSUMIDORES

A pesquisa ainda mostrou que o consumidor está um pouco mais criterioso com suas compras. Em Londrina, 60% responderam que farão pesquisa de preço do presente para o Dia dos Namorados. No Paraná, essa média é de 76%.

Os presentes mais citados pelos consumidores londrinenses foram roupas (33%), perfume/cosméticos (27%), joias (20%), almoço/jantar (20%), chocolates (20%) e flores (13%). Os demais entrevistados mencionaram cestas matinais, acessórios e eletrônicos.

Os consumidores locais também indicaram onde devem adquirir os presentes do Dia dos Namorados: lojas de rua (40%), lojas virtuais (33%) e shopping centers (27%). Os números reforçam a força do meio digital em função da pandemia, além da importância das empresas se reinventarem e se fortalecerem nesse meio. Pamplona ressaltou que não há uma pesquisa em relação ao ano anterior sobre como foi esse crescimento das vendas por lojas virtuais. “Esse crescimento do virtual aconteceu ao longo da pandemia e os comerciantes sentiram a necessidade de desenvolver esse formato de venda. Mas mesmo que a pessoa compre em lojas virtuais, mas comprem de lojas de Londrina, para a receita não sair da cidade e os lojistas poderem sobreviver.” Ele ressaltou que as lojas colocaram à disposição o serviço de entregas, ou de compra online e de coleta dessa compra no estabelecimento e o atendimento por serviços de WhatsApp. “Outro serviço que os comerciantes têm usado muito é a publicidade em redes sociais”, destacou.

Outro dado apontado na pesquisa é em relação à pandemia da Covid-19, onde 53% dos londrinenses responderam que ainda não se sentem seguros para frequentar lojas, shoppings, bares e restaurantes. No Paraná, o dado reflete em 54% dos consumidores.

BARES E RESTAURANTES

Sobre os locais onde os consumidores pretendem comemorar o Dia dos Namorados, a maioria dos londrinenses informou que fará suas celebrações em casa (80%), enquanto 20% irão até restaurantes.

O presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Londrina e Região, Alzir Bocchi, afirmou que espera que o crescimento do movimento em relação ao ano passado seja de 20% a 30%. " A gente aprendeu a trabalhar com essa pandemia e vamos tentar atender um público maior. Vamos programar uma movimentação mais adequada para isso e vai torcer para que realmente haja um acréscimo de público. É uma data que a gente sempre fica esperançoso porque representa um faturamento bom", destacou Bocchi.

Segundo Bocchi, o setor é obrigado a acatar as restrições da saúde, que determinam que só pode atender presencialmente com 50% do público nos salões. "Poderá haver uma fila enorme nesse sentido. Vamos ter de trabalhar com esse atendimento precário e é impossível evitar isso."

A pesquisa foi realizada pela empresa Datacenso entre os dias 20 e 27 de maio. A margem de erro é de 3% para os consumidores e 4% para os comerciantes, considerando grau de confiança de 95%.