Pedro Ribeiro (Livre Iniciativa)
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 02 de fevereiro de 2000
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As lições de casa de Roseane Sarney
A governadora Roseane Sarney, uma das mais competentes administradoras estaduais do País, estará sexta-feira em Curitiba. Na reunião de governadores, quem sabe, a maranhense poderá contribuir com sua experiência de mão-de-ferro e repassar para alguns dos governadores presentes lições simples, mas eficientes, de como administrar um estado, mesmo diante de uma crise nacional ou global. A lição de casa, ela vem fazendo. E muito bem. Orientada pelo economista Luiz Paulo Rosemberg, um dos sócios da Linear, empresa paulista de consultoria, Roseane Sarney vem se constituindo no que chamam de show de bola. Deu de ombros para assessores mais conservadores, enfrentou o pai, o senador José Sarney, e chutou a canela de poderosos políticos de seu estado. Pediram para que enxugasse a máquina, ela o fez, passando a caneta em mais de 30% do funcionalismo. Pediram para que vendesse empresas estatais deficitárias, ela não teve dúvidas. Vendeu o jatinho e outros aparelhos menos importantes. Todos esses dividendos ela está colhendo agora, quando seu nome surge como candidata à Presidência da República. Até mesmo o dono da Bahia, Antonio Carlos Magalhães, a tem colocado sobre seu guarda-chuva. Não estamos aqui simplesmente para levantar a bola (embora tenhamos levantado) de D. Roseane Sarney. Estamos apenas mostrando quem realmente está interessado em resolver os problemas de seu estado e do seu País. Exemplos de lições que devem ser seguidas.
Lei do silêncio
Na reunião de governadores, Jaime Lerner e Mário Covas estarão frente a frente pela primeira vez, depois do conflito da guerra fiscal. Covas alfinetou de um lado e Lerner respondeu do outro. Quando todos acreditavam que o governador paulista havia dado uma trégua em suas declarações ásperas contra Lerner, acabou usando os veículos de comunicação, através de artigo assinado, para se queixar. Lerner mantém silêncio.
Predador
Quem não deve estar nem um pouco satisfeito com o governador Mário Covas é seu corregilionário, José Ignácio, do Espírito Santo. Em dezembro, Covas investiu pesado na guerra fiscal e arrancou de Cachoeiro (ES) a maior empresa de ônibus do País, a Viação Itaperimin, fixando-a em Guarulhos (SP). Pelo que se sabe, ofereceu mundos e fundos. Ou seja, jogadas de impostos, sim senhor.
Comunismo
O empresário como tal está morto, já não existe. Não compreende que cada um de seus consumidores é um eleitor, e vai escolher, porque há ofertas de todos os tipos. Do escritor brasileiro Paulo Coelho, durante o Fórum Econômico de Davos (Suíça). Paulo Coelho sustenta que o neoliberalismo dará passagem a uma nova forma de comunismo, na qual a base não será o dinheiro mas o intercâmbio da comunicação.
Celular & Internet
Marco Benedetti, presidente mundial da TIM, estará em Curitiba na segunda-feira. Vem conhecer de perto o trabalho das empresas do grupo no Brasil. No Paraná, será ciceroneado pelo executivo Alvaro Moraes. Em breve a TIM estará lançando o SMS (Short Massage Service), serviço de mensagem, com até 56 caracteres. E espera o novo (aqui) aparelho da Nokia (7160) que oferece condições para navegar na internet.
Eficiência
Depois ainda dizem que multar é a única forma de educar os brasileiros no trânsito. Ontem, num trecho de menos de cinco quilômetros, assistimos a dois acidentes causados por excesso de velocidade e conversão proibida, que atravancaram o trânsito entre os bairros Bigorrilho e Centro Cívico. O mais engraçado é que, a poucos metros dos dois acidentes, estavam os guardas de trânsito. Enquanto um esperava que algum motorista cometesse uma infração num cruzamento para lavrar multa, o outro ficava auxiliando no desvio de um buraco.
Lucro
Se as multas realmente fossem a solução para aumentar a segurança no trânsito, nenhum dos dois acidentes teriam ocorrido. Do jeito que andam as coisas, multas se transformaram em sinônimo para lucro. Lucram o governo e as empresas que se especializam em defesas contra multas de trânsito. Nesta história, só perdem motoristas e pedestres, que contiuam sendo as vítimas do trânsito violento.
Plantando batatas
O que não anda muito bom é a comercialização da batata. Antes mesmo do Natal, o mercado já vinha sinalizando excesso na oferta do produto e preços baixos. Segundo o Deral, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, a batata comum está sendo vendida no campo a R$ 5,65 em média a saca da comum e R$ 8,44 a saca da lisa.
Estímulo
Neste nível de preço, o pobre do produtor vai ser obrigado a parar de plantar batatas, pois sequer consegue cobrir os gastos diretos. Mas a situação não é tão desesperadora. O governo está montando um programa de incentivo à comercialização da produção no Paraná com ações que vão desde orientação, através das vendas em feiras, até a aproximação do produtor ao consumidor.
Clínica Palmeiras
Lia Maia, consultora na área de qualidade total, estará ministrando curso este mês na Clínica das Palmeiras de Londrina. Direcionado a médicos e estudantes, o curso tem como enfoque a pessoa humana.