Pavilhão Smart Agro apresenta inovações para o setor agroindustrial
Aplicativos, biotecnologia, multiverso e monitoramento estão presentes nos estandes
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 10 de abril de 2023
Aplicativos, biotecnologia, multiverso e monitoramento estão presentes nos estandes
Reportagem local
O Pavilhão Smart Agro da ExpoLondrina 2023 é a vitrine de inovações no meio rural. O espaço possui dois mil metros quadrados e está localizado no Pavilhão Internacional. Dezenas de estandes de diversas empresas do ambiente de tecnologia do agronegócio possuem soluções para os mais diversos problemas que surgem no dia a dia e são capazes de melhorar a produtividade, reduzir prejuízos e melhorar a logística. Além disso, o espaço possui um espaço para a gravação de podcasts, que serão veiculados no canal do Youtube da Sociedade Rural do Paraná e também há um local para palestras e seminários sobre as últimas novidades do setor.
Monitoramento
Arilson Chinatto, proprietário da Espectro Ltda., trouxe para a exposição a expertise no fornecimento de soluções de monitoramento. “A Espectro é uma empresa de desenvolvimento eletrônico e desde 2019 faz produtos para o agronegócio na parte de monitoramento. Monitoramos o armazenamento hídrico do solo para o apoio à irrigação e ao manejo; variáveis agroclimáticas para apoio à pulverização; ambiência de galpões de criação animal como avicultura e suinocultura; qualidade da água servida para esses animais.” Ele explicou que os equipamentos são sensores fabricados pela própria empresa e o grande diferencial é a conectividade dos sensores na fazenda, que funcionam mesmo que não haja conexão com a internet nem 3G nem WiFi, o produtor rural tem informação no celular ou na web mesmo assim. “Existe uma tecnologia de comunicação de baixo custo por hectare que nós desenvolvemos que necessita de um único ponto com internet na propriedade para realizar a instalação dos sensores no campo.”
Já a Termoplex é uma empresa de soluções para agroindústria com soluções de software e hardware. Vinícius Ortiz dos Santos, sócio da empresa, disse que o produto principal é um sistema de monitoramento para controle de silos de grãos para que não haja perdas. “Esse sistema faz o controle dos sistemas de aeração para manter a soja, milho e o trigo na qualidade que o cliente deseja e o produtor consegue monitorar por meio de uma plataforma web online de forma remota. Estamos lançando um produto novo na exposição que é sonda Dart, de medição de temperatura portátil, voltada para silos trincheiras, silos bag e armazenamento de sementes no solo. Ele foi pensado para esses armazenamentos temporários, por isso foi projetado sem fio e funciona com bateria.” Os dois produtos usam tecnologias IoT (Internet das Coisas) e usam rede LoRa (“Long Range“, que em português significa longo alcance. Essa é uma tecnologia de comunicação sem fio que funciona através de rádio frequência, que tem transmissão mais confiável. “É um protocolo sem fio especificamente para aplicações rurais, pois tem longo alcance e confiabilidade. Tem menos interferência com barreiras e com chuva”, explicou Santos.
José Antônio Fontes, da Spacevis, possui um estande em que divulga a plataforma CattleVis, por meio da qual é possível monitorar o rebanho de qualquer lugar do planeta, em tempo real, 24 horas por dia e sete dias por semana. Isso pode ser feito na palma da mão do produtor ou por meio do computador. “Nós somos de Londrina e essa tecnologia foi criada em outubro de 2019 com o objetivo de originar o animal a pasto, rastrear e monitorar por meio de um ear tag (brinco), com GPS e acelerômetro colocado na orelha do boi. O fazendeiro tem condições de controlar o estoque, a movimentação do gado, o manejo, a segurança alimentar e gestão. O nosso software é em blockchain para dar transparência, confiança, credibilidade e segurança para o pecuarista, para o governo e para o mercado.” Por meio dele é possível gerenciar o plantel em todas as circunstâncias, se está bebendo água, se está consumindo sal mineral, se recebeu as vacinas, se o touro está cobrindo a vaca, se a vaca está prenha e sua movimentação.
A assistente comercial da ClickWeb, Ana Pradal, revela que a empresa está na Smart Agro para divulgar o desenvolvimento personalizado de aplicativos que a empresa realiza. “A ClickWeb faz desenvolvimento personalizado de aplicativos e soluções digitais focados para o setor agropecuário. Nossos principais clientes são a Integrada, a ABCZ, TMG e Brandt. Todos pediram soluções para melhorar o processo para sair do papel ou da parte mecânica para ir para o digital.” A TMG, por exemplo, estava fazendo melhoramento genético de sementes em Rondônia e estava tendo problema de logística, já que tinha problema para fazer o rastreio dessas sementes quando saíam de Rondônia e as traziam para Londrina. “Nós desenvolvemos um sistema que consegue ler a tag de Rfid na saída de lá, quando passa em um portal que emite um sinal infravermelho e, logo que isso ocorre é possível dar baixa do sistema e acompanhar todo o trajeto até chegar em Londrina. Esse rastreio também é feito dentro da fábrica para fazer toda a separação.” O custo depende da dimensão do projeto e do que for solucionar. Temos projetos de R$ 13 mil até de R$ 1 milhão, tudo depende do problema que vai solucionar e do que vai demandar de soluções.”
Metaverso
Uma das tendências para os próximos anos é a utilização do metaverso como ambiente de negócios. Eduardo Dias Fávero, da Oimob, está com um estande em que expõe a possibilidade de ter um mundo virtual compartilhado, onde as pessoas podem interagir em tempo real com um ambiente tridimensional e com outras pessoas que estão lá dentro.
“É a internet 3.0 descentralizada, sem nenhuma plataforma e cada empresa tem o seu próprio mundo lá dentro, e acessível a todos os locais. A vantagem é o ponto de comunicação e associação da marca com a tecnologia e permite a possibilidade de abrir filiais virtuais em qualquer local do mundo.” Uma empresa que vende insumos agrícolas, por exemplo, pode convidar a visitar o seu estande e é possível ter 50 pessoas simultâneas no mesmo lugar, sem limite de tempo. Fica aberto 24 horas por dia e em vários locais. “É possível fazer atendimentos com avatares e fazer explicações sobre o produto e a disponibilização do link do e-commerce e automatizar essa venda. Outro exemplo seria vários funcionários trabalhando em um escritório virtual no sistema de home-office e trabalhando no mesmo espaço virtual apresentando planilhas em si.” Fávero explicou que o metaverso abre um leque de possibilidades para a comercialização de produtos, treinamentos e realização de eventos. “O custo varia de acordo com o planejamento, mas em média custa R$ 200 por metro virtual implantado.”
Soluções ambientais e biotecnológicas
Charles dos Santos é diretor comercial da CS Consultoria Ambiental, empresa de inovação no setor de sustentabilidade do meio agro. “Fazemos diagnóstico ambiental pelo qual fazemos a avaliação das propriedades rurais produtivas a fim de identificar o que está sendo atendido diante da legislação e do mercado a fim de apontar acertos e as correções a serem feitas. Isso eleva o nível de responsabilidade de todos os atores e a qualidade desse produtor e o coloca em outro nível de negociação e acesso no mercado de crédito e venda de produtos. Um desafio é divulgar isso e a ExpoLondrina é uma grande oportunidade para isso e mostrar os resultados práticos disso”.
Leandro Barros Pereira, da Zero 1 Soluções Biológicas, empresa voltada para a parte agrícola com produtos registrados no Mapa como Trichoderma, Metarhizium, Beauveria, microrganismos e também soluções próprias. Uma delas é na área pet, que é o educador e eliminador de odores biológico Nico, e outra é a solução Nen, para caixa de gordura e fossa séptica à base de microrganismos, consumindo a gordura e prorrogando a limpeza mecânica. “Nosso foco é mais para empresas interessadas na revenda de produtos. O preço varia de acordo com a necessidade do cliente.”
Élder Rodrigues da Silva é sócio da NovaAlga biotecnologia, empresa especializada na produção de microalgas, que são microrganismos fotossintetizantes. “A partir dessas microalgas conseguimos formar bioinsumos para a agricultura”, diz.
Silva explicou que o sistema de produção de microalgas é fechado. “Com sistemas de produção conseguimos mitigar o CO² e realizar a produção de oxigênio. Tem toda essa parte ambiental. Estamos em processo de registro de patente no Inpi, esse processo consiste em obter extrato de microalgas dos quais realizamos diferentes formulações e aplicamos em diferentes culturas como trigo, soja, milho e cana de açúcar. Estamos há 4 anos incubados na Intuel. Cada cultura. Nesse período validamos nosso produto. dois litros por hectare trigo soja e milho. Para a cana 3 litros por hectare. Pode aumentar até 8 sacas por hectare de trigo, nove sacas por hectare de soja, mais 18 sacas por hectare de milho e mais 25 toneladas de cana de açúcar. Todos esses dados são de acordo com pesquisas científicas com parceiros e podem ser repetidas. O custo por litro de R$ 120. A dose ideal para a soja é de dois litros por hectare.