Parentes de vítimas vão à Justiça contra a GM
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sexta-feira, 20 de outubro de 2000
Paulo Pegoraro De Cascavel
O secretário de Agricultura de Tupãssi (45 quilômetros ao norte de Cascavel), Lourenço Colli, 54 anos, está preparando uma ação judicial contra a General Motors (GM) do Brasil, fabricante do Corsa. O motivo é uma suposta falha no cinto de segurança que teria provocado a morte de seu pai, o agricultor José Colli, 80 anos, em um acidente de carro, no dia 26 de setembro, na PR-581, entre a cidade de Tupãssi e seu distrito de Jotaesse.
No dia do acidente, o agricultor dirigia um Corsa, ano 97, na companhia da esposa, Sílvia, 80 anos. O carro capotou e José Colli acabou morrendo no hospital em virtude dos ferimentos recebidos. Sílvia ainda está no hospital, inconsciente desde o acidente. Ela recebeu uma pancada na cabeça e sofreu escoriações e hematomas.
Segundo Lourenço, seu pai, embora idoso, era bom motorista e conhecia bem a rodovia, que percorria várias vezes por semana. Além disto, usava cinto de segurança religiosamente, tanto que eu brincava dizendo que ele era muito carismático, disse. Ele está convencido de que o pai usava o cinto no momento do acidente e que ele se soltou, por falha, porque o banco não sofreu danos, o que indica que permaneceu no local e o corpo é que dele se deslocou.
Lourenço lembrou que a GM do Brasil está convocando proprietários do Corsa para o recall (substituição dos cintos). Isto significa, de forma inquestionável, que eles têm problemas, afirmou. Ele contratou o advogado Martins Ballero, de Toledo, para mover a ação, sem que tenha sido definido o valor pecuniário a ser pedido em indenização.
IndenizaçãoO engenheiro mineiro Max Antônio Damázio, de 47 anos, deve entrar segunda-feira no Fórum de Belo Horizonte com ação preparatória de pedido de indenização contra a General Motors no Brasil, em razão de suposta falha do cinto segurança do bando traseiro de um veículo Vectra, com o qual envolveu-se em um acidente em 1999.
Em abril de 1999, Damázio dirigia o Vectra GLS 95/95, levando a mulher Luciana Damázio e os dois filhos, de 11 e 8 anos, em viagem de retorno de Porto Seguro (BA) a Timóteo (MG), onde mora. Chovia e o carro bateu violentamente em um caminhão, próximo a Teófilo Otoni, Nordeste de Minas. Damázio e os filhos ficaram levemente feridos.
Luciana estava no banco traseiro, teve o cinto de segurança partido e foi arremessada para a frente. Ela sofreu fratura em uma vértebra da coluna e, segundo Max, correu risco de não mais recuperar os movimentos das pernas, o que acabou não acontecendo.
Diante das notícias sobre o recall do Corsa, da mesma montadora, Damázio decidiu entrar na Justiça. A Agência Estado tentou contato com o Departamento de Relações Públicas e Imprensa da GM ontem à tarde, mas, até as 17h45, não havia recebido retorno das ligações. (Com AE)