O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP) recebeu na tarde dessa terça-feira (16) a visita do embaixador da Índia no Brasil, Suresh Reddy, que estava acompanhado de representantes da TCS (Tata Consultancy Services), empresa instalada na cidade há mais de cinco anos, que é uma das 80 mais importantes do mundo e referência em Tecnologia da Informação. O embaixador também esteve na segunda-feira (15) com o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), para reforçar parcerias entre o Estado e o país asiático na cooperação em assuntos ligados à tecnologia.

No Paraná, uma parceria entre a Fundação Araucária e o Centro de Desenvolvimento de Computação Avançada da Índia (C-DAC, da sigla em inglês) pretende viabilizar a instalação de um computador de alta performance, também chamado de supercomputador.

Em entrevista após a visita ao prefeito, o embaixador afirmou que Londrina poderá abrigar um desses equipamentos. “O C-DAC é o centro de computação quântica. É um centro de supercomputadores e um centro voltado à excelência na computação. Estamos promovendo discussões para firmar uma parceria entre Londrina e o C-DAC e entre o estado do Paraná e o C-DAC. Queremos trazer esses computadores quânticos para o Brasil e Londrina sediaria um desses supercomputadores no Brasil”. Atualmente, não há nenhuma unidade C-DAC no país.

O Paraná, por meio do Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) também investe para se tornar o grande polo de inovação do Brasil e um berçário de novos profissionais na área, contando com diversas universidades. No último vestibular, a UEL (Universidade Estadual de Londrina) abriu o curso de Ciências de Dados e Inteligência Artificial com objetivo de atender as expectativas do formar mão de obra para esse novo mercado global.

“Há muitas outras áreas em que estamos desenvolvendo pesquisas, como robótica, nanotecnologia e outros campos em que também podemos cooperar como produção de vacinas. Estou muito satisfeito de dizer que durante a nossa reunião com o governador, nós o convidamos para que ele visite a Índia, e ele aceitou o convite. Estamos ansiosos para a visita dele. E também convidamos o prefeito Marcelo para que visite a Índia, e também estamos ansiosos para recebê-lo lá” completou o embaixador.

Belinati ressaltou a importância de expandir a operação da TCS em Londrina e expandir outros negócios e investimentos por meio de cooperação com a Índia. “Isso é fundamental para o desenvolvimento econômico e social da cidade. Isso coloca os olhos do mundo para a cidade de Londrina.”

INTERCÂMBIO E MÃO DE OBRA

Na reunião com o prefeito, o embaixador da Índia também solicitou ao prefeito uma reunião em Brasília com o Ministério do Trabalho para melhorar o intercâmbio de mão de obra e desburocratizar a entrada dos indianos no Brasil, incluindo os funcionários da TCS.

“A tecnologia é um campo que muda muito rápido. Todos os dias, há muitos avanços no campo da tecnologia. Para ter acesso às últimas tecnologias, é preciso que os experts venham. E esse é um dos assuntos que temos discutido, como promover que o intercâmbio entre a Índia e o Brasil seja facilitado, especialmente para profissionais. Essa é uma das áreas em que acredito que possamos ter muito progresso. Hoje, há muitos brasileiros trabalhando em diferentes segmentos na Índia. Muitos deles vão para a Índia para aprender sobre tecnologia”, afirma Reddy.

O diretor da TCS em Londrina, Francisco Davi Junior, considera importante desburocratizar os vistos de indianos no país para melhorar esse intercâmbio. “Isso ajuda a trazer essa mão de obra para cá e alavancar a economia". Atualmente, a TCS tem cerca de 1.600 funcionários na sede local, sendo 60 indianos. Ou seja, a maioria são engenheiros que vieram trabalhar em Londrina com suas famílias.

O objetivo da empresa indiana é ter cerca de 5 mil funcionários na cidade. Atualmente a empresa tem duas sedes nas avenidas São Paulo e Higienópolis e tem projeto de construção de uma sede. “Somos uma das maiores empresas em tecnologia instalada no sul do Brasil. Todo esse ecossistema faz parte disso, com diversas universidades e escolas técnicas, além de um APL (Arranjo Produtivo Local) com reuniões frequentes com ações para alavancar a tecnologia da cidade”.

Segundo o diretor da TCS, os estudantes londrinenses saem aptos para atuar no mercado de trabalho no segmento de TI. “A tecnologia é muito abrangente com diversas vertentes. No ano passado, contratamos mais de 550 colaboradores na cidade que passam por um treinamento de três meses e na sequência eles passam a prestar serviços aos nossos clientes.”